A polícia já tem dois suspeitos do assalto que terminou com a morte de um turista italiano na Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Moradores do Morro de Cantagalo, eles seriam irmãos e integrariam um das gangues que usam bicicletas para atacar turistas na região. Os dois estariam em liberdade condicional. Na tarde da segunda-feira, o turista italiano Giorgio Morasse, de 29 anos, morreu atropelado por um ônibus ao perseguir um ladrão que roubou o cordão de outro de seu pai em Ipanema. Para identificar o criminoso, peritos colheram impressões digitais na bicicleta. Nesta terça-feira, a polícia vai ver imagens gravadas na rua pelas câmeras de prédios da vizinhança.
Os parentes de Giorgio devem fazer o retrato falado do bandido nesta terça-feira. O corpo dele está no IML e vai ser periciado ainda nesta terça. O turista veio ao Rio com a família para a companhar o casamento do irmão, marcado para o dia 24, em Minas. Segundo testemunhas, a vítima caminhava no calçadão acompanhado do pai, da mãe, do irmão e de uma amiga da família quando o pai de Giorgio teve o cordão de ouro arrancado por um ladrão que estava numa bicicleta. Ao ver o fato, o turista reagiu e se atracou com o criminoso no meio da pista. O bandido, porém, conseguiu escapar e correu. O turista então passou a persegui-lo pela rua, até ser atingido pelo ônibus da linha Santa Cruz-Castelo, que tentou frear. As marcas da freada ficaram no asfalto e o ladrão fugiu.
Ainda segundo testemunhas, o pai e a mãe de Giorgio tiveram uma crise nervosa e foram socorridos por uma ambulância do Corpo de Bombeiros. A morte aconteceu por volta das 14h30m e o corpo de Giorgio permaneceu na Avenida Vieira Souto até pouco antes das 18h. Na delegacia, o parentes do turista reclamaram da remoção do corpo, que demorou cerca de três horas. A secretaria de Segurança lamentou o caso, que considerou uma tragédia, e afirmou que não vai poupar esforços para que o assaltante seja identificado e preso.
O motorista do ônibus foi levado à delegacia para prestar depoimento. A perícia constatou que a tentativa de freagem do ônibus deixou uma marca de cerca de 23 metros. O delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), disse que o motorista poderá ser indiciado por homicídio culposo se for constatado que dirigia acima de 70 quilômetros por hora, limite da pista.
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