Policiais da Divisão Anti-Seqüestro (DAS) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) prenderam nesta quinta-feira, no Morro da Providência, no Centro, oito pessoas acusadas de tráfico e de integrar uma quadrilha especializada em executar seqüestros-relâmpago. Entre os presos está Leandro Ferreira Fernandes, de 26 anos, o Periquito, principal envolvido no desaparecimento da universitária Priscila Belfort, irmã do lutador de vale-tudo Vítor Belfort. Segundo a polícia, Priscila foi levada para a Providência no dia 9 de janeiro de 2004, onde teria sido executada, cortada e queimada. De acordo com o delegado da DAS Alexandre Neto Periquito será ouvido na próxima semana.

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Na manhã desta sexta-feira, o comércio ficou fechado nas imediações do Morro da Providência. Lojas não funcionam na Gamboa, em Santo Cristo e na área dos fundos da Central do Brasil. À tarde, traficantes ordenaram novamente o fechamento do comércio na Rua Barão de Tefé, um dos principais acessos ao Morro da Providência. O luto forçado pelos traficantes da favela se deve à morte do traficante Rômulo Mendes do Amparo durante a operação policial desta quinta. Policiais militares continuam na favela para cumprir mandados de prisão. O delegado Alexandre Neto afirmou que sua equipe não retornará à favela nesta sexta-feira.

Na operação, que durou mais de três horas, a estudante Denilza Maria da Silva Nascimento, de 21 anos, foi atingida por uma bala perdida dentro de casa e morreu. Cerca de 100 pessoas acompanharam o enterro no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na manhã desta sexta-feira. No velório, a mãe da estudante, Maria do Carmo da Silva de Nascimento, foi consolada pelo filho mais novo, Denilson, e passou muito mal. Denilson disse que está revoltado e não sabe quem vai pagar pela dor da família. Segundo o padrasto de Denilza, Carlos Roberto da Silva Marcos, ela está sedada e a família já pensa em deixar o Morro da Providência.

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O delegado lamentou a morte da jovem, mas disse que provavelmente o tiro partiu de traficantes porque há inidcios de que a bala que a matou era de calibre 7,62, munição normalmente usada por bandidos.

De acordo com o delegado Fernando Moraes, da DAS, a operação na Providência, onde foram apreendidos, quatro fuzis, uma carabina e material para refino de cocaína, foi resultado de uma investigação de dois anos.

- A operação ocorreu por causa do desaparecimento da Priscila e de seqüestros-relâmpagos praticados pela quadrilha na Zona Sul e no Centro da cidade. Não vamos dar descanso à Providência enquanto não acabarmos com este bando e não for encontrado o corpo da Priscila, que pode estar enterrado na parte alta do morro - disse o delegado.

A polícia chegou até os responsáveis pelo desaparecimento de Priscila durante as investigações de um seqüestro-relâmpago. Em depoimento à DAS, a vítima revelou ter ouvido dois seqüestradores comentarem sobre o assassinato de Priscila. As outras vítimas do bando são dois empresários e um estudante.