SÃO PAULO - Policiais da Delegacia de Investigações de Taubaté, no Vale do Paraíba, passaram a madrugada desta segunda-feira nas ruas da cidade procurando informações sobre os assassinos do ex-diretor da Casa de Custódia de Taubaté e da Casa de Detenção de São Paulo, José Ismael Pedrosa. Pedrosa, que era diretor da Casa de Detenção na época do massacre do Carandiru, foi morto a tiros neste domingo logo após votar no referendo sobre a comercialização de armas no país. Ele estava em seu carro quando foi atingido por diversos tiros, disparados de um veículo ocupado por três criminosos, segundo relato de testemunhas. Pedrosa, de 70 anos e aposentado há dois da Secretaria de Administração Penitenciária, levou sete tiros.
Segundo informações da Polícia Civil, Pedrosa tentou despistar os homens que o seguiam, mas não conseguiu. Ele foi atingido primeiramente por um tiro e mesmo ferido tentou entrar em uma casa com o carro para derrubar o portão. Os criminosos se aproximaram dele e atiraram várias vezes logo em seguida. Familiares do ex-diretor disseram à polícia que ele não comentou se estava recebendo ameaças. Em 2001, uma das filhas de Pedrosa passou alguns dias seqüestrada por integrantes de uma facção criminosa. Os seqüestradores só libertariam a filha do diretor em troca da liberdade de um criminoso que estava preso na Casa de Custódia de Taubaté.
Segundo Paulo Bicudo, delegado seccional de Taubaté que investiga o caso, Pedrosa foi vítima de uma emboscada provavelmente por vingança. Mas outras possibilidades estão sendo investigadas.
- Não descartamos nenhuma outra possibilidade - afirmou Bicudo.
Policiais do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic) da Polícia Civil da capital paulista estão ajudando a polícia de Taubaté nas investigações. O retrato-falado dos assassinos está sendo feito. Pedrosa trabalhou por 40 anos como diretor da Casa de Custódia de Taubaté e cinco como diretor da Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru, quando 111 presos foram mortos por policiais militares durante uma rebelião. Pedrosa chegou a ser processado pelo episódio, mas foi inocentado. Depois do massacre, foi transferido novamente para Taubaté. O enterro de Pedrosa está marcado para às 16 horas desta segunda-feira em Taubaté.
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