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A polícia informou que o Disque-denúncia recebeu 146 ligações sobre as ações criminosas que aterrorizam o Rio de Janeiro, na quinta-feira (28). Foram 16 ataques a delegacias, postos policiais e ônibus, nas Zonas Sul, Norte, Oeste e na Baixada Fluminense. Dezoito pessoas morreram e 30 ficaram feridas.

Disque-denúncia

As denúncias começaram a chegar um dia antes da série de ações dos bandidos, segundo a polícia. As informações eram de que postos policiais e delegacias seriam atacados. A polícia continua em estado de prontidão. Somente quando os órgãos de Inteligência confirmarem que diminuíram os riscos de novos ataques, o esquema de plantão será modificado.

Centro Cultural é alvo de ataque, em Caxias

Criminosos atacaram o Centro Cultural Oscar Niemeyer, inaugurado há três meses, no centro de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na madrugada desta sexta-feira (29). A Biblioteca Governador Leonel de Moura Brizola, que faz parte do Centro Cultural, foi atingida com cerca de 13 disparos. Ninguém ficou ferido.

Os autores dos disparos chegaram a ser perseguidos por uma patrulha, mas conseguiram fugir. A moto em que estavam foi apreendida.

O Teatro Raul Cortez, que fica no mesmo prédio, não foi atingido. Segundo a Polícia Militar, os autores dos disparos seriam do Morro da Mangueirinha, no Bairro Centenário, em Duque de Caxias.

Vítimas dos ataques

Treze dos 30 feridos na madrugada de quinta-feira (28) permanecem internados. O estado de saúde da modelo Bia Furtado, com queimaduras em 40% do corpo, é considerado gravíssimo. Ela está no Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. A modelo era uma das passageiras do ônibus da empresa Itapemirim, que ia do Espírito Santo para São Paulo, e que foi incendiado por bandidos, na altura de Cordovil, no subúrbio.

Outras duas mulheres que estavam no ônibus também estão hospitalizadas. Segundo a secretaria municipal de Saúde, o estado de Fernanda Daibert Furtado é gravíssimo. Ela está no Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio. Fernanda teve 54% do corpo atingido pelo fogo.

Também está internada, em estado grave, no Hospital Souza Aguiar, Maria da Penha Moraes, de 47 anos, com queimaduras em 20% do corpo.

Um homem, de 24 anos, que levou um tiro no olho esquerdo, está em observação. Seu estado é estável. Outro homem, que está sob custódia, levou um tiro no braço esquerdo e foi operado. Ele aguarda transferência para o Hospital Penal.

Já o menino Gabriel Lima Brito, de 6 anos, atingido por uma bala de raspão na cabeça, teve alta na manhã desta sexta-feira (29) do Hospital Miguel Couto, no Leblon, na Zona Sul do Rio.

Duas vítimas serão enterradas na tarde desta sexta-feira. Luiz Carlos Moreira da Silva, foi morto na porta da 28ª. DP (Campinho), quando foi registrar uma queixa. E o policial Robson Padilha Fernandes, levou tiros buscar , na Lagoa, na Zona Sul do Rio.

Identificação de vítimas de ônibus incendiado vai demorar

Os corpos das sete vítimas que morreram carbonizadas no incêncio do ônibus da Viação Itapemirim durante a séria de ataques, continuam sem identificação no Instituto Médico Legal. Os corpos precisam passar por testes de DNA. Com isso, a liberação para enterro só deverá ocorrer dentro de 30 dias.

O IML está fazendo contato com os parentes das vítimas. É necessário fazer coleta de sangue dos parentes para o reconhecimento das vítimas. Até o momento, ninguém apareceu no IML.

Em entrevista ao Bom Dia Rio da TV Globo no começo da manhã, o Relações Públicas da Polícia Militar, coronel Aristeu Leonardo, disse que ainda não dá para confirmar se esse ataque faz parte da onda de violência que começou nesta quinta-feira (28) e deixou 18 mortos.

O coronel confirmou o reforço no policiamento e disse também que os órgãos de Inteligência continuam os trabalhos para diminuir qualquer possibilidade de novos ataques.

Ele informou também que o patrulhamento está sendo feito em comboios, principalmente à noite e de madrugada. E disse que as famílias dos dois policiais mortos durante a ação criminosa vão receber todo o auxílio possível da polícia.

Sobre o réveillon no Rio, Aristeu disse que 14.500 homens vão fazer o patrulhamento em todo o estado. Segundo o coronel, esse número é 20 % maior do que o do ano passado e o efetivo será plenamente satisfatório para trazer tranqüilidade à festa de fim de ano.

Suspeito de participar de ataques é identificado

A Polícia Civil identificou, na noite desta quinta-feira (28), um dos bandidos acusados de atacar o posto de policiamento do Alto da Boa Vista, na Zona Norte. Dois policiais ficaram feridos na ação criminosa. É um traficante do Morro do Borel, na Tijuca, que está em liberdade condicional e foi reconhecido por testemunhas. A prisão dele será pedida pela delegacia da Tijuca.

Bandidos voltam a atacar na noite de quinta-feira

Por volta das 21h, homens que ocupavam dois carros fizeram vários disparos contra duas bases do Batalhão de Policiamento de Vias Especiais (BPVE), uma na Linha Vermelha (via que liga a Ilha do Governador à Zona Sul), próximo à entrada da Ilha do Governador, e outra na Linha Amarela (que liga o subúrbio à Zona Oeste), no acesso à Avenida Brasil. Ninguém ficou ferido e os bandidos conseguiram fugir.

Outros criminosos atearam fogo em um ônibus da empresa Pendotiba, que passava pela Estrada Francisco da Cruz Nunes, próximo ao Parque da Colina, em Niterói, Região Metropolitana do Rio. Bombeiros do quartel de Niterói foram ao local para controlar as chamas. Não houve vítimas e ninguém soube informar como o fogo começou.

Depois de um dia inteiro de muita tensão e medo, os moradores do Rio também enfrentaram problemas na hora de voltar pra casa. Muitas empresas de transporte impuseram um toque de recolher para os motoristas e muitos ônibus foram recolhidos das ruas, deixando os pontos lotados de passageiros que aguardavam condução para voltar para casa. Para alguns a demora foi de cerca de três horas.

Durante a madrugada desta sexta-feira, bares e restaurantes de Copacabana, na Zona Sul, às vésperas do réveillon, estavam de portas fechadas. Os lugares que decidiram abrir não receberam muitos clientes. Só os quioques da orla é que pareciam estar com o movimento normalizado.

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