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Policiais militares do 16º BPM (Olaria) voltaram a trocar tiros com traficantes, na manhã desta quinta-feira, na Favela da Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão, na Penha, Zona Norte do Rio, um dia após uma megaoperação da Polícia no local, que durou mais de dez horas e terminou com cinco mortes. Um homem, ainda não identificado, foi morto. Com ele, policiais encontraram uma arma e cerca de três quilos de drogas, segundo o comandante do batalhão, tenente-coronel José Luiz Nepomuceno. Dois policiais militares levemente feridos foram levados para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha.

- O homem morto era um traficante. Com ele encontramos cerca de três quilos de cocaína ou maconha. Os PMs foram atingidos por estilhaços de uma granada mas não correm risco de vida - disse Nepomuceno.

Na quarta-feira, as polícias Militar e Civil realizaram uma megaoperação na favela. O objetivo era prender os traficantes Paulo Rogério de Souza Paes, o Mica, e Antônio Ferreira de Souza, o Tota, que estariam envolvidos com os ataques a autoridades e ônibus ocorridos no fim do ano passado . Mas nenhum dos dois foi preso. A polícia também pretendia desarticular a quadrilha que clona carros para praticar roubos e falsas blitz.

Edgard Alves de Andrade, o Doca, apontado pela polícia como gerente-geral do tráfico de drogas na Vila Cruzeiro , foi preso acuado em uma casa, juntamente com oito cúmplices, além de outras cinco pessoas. Além dos cinco mortos — segundo a polícia, os homens eram os responsáveis pela segurança do tráfico —, três moradores foram feridos por tiros e estilhaços. Durante a operação, bandidos jogaram granadas contra os policiais. Um helicóptero da polícia foi atingido por um tiro e precisou fazer um pouso de emergência na Ilha do Fundão. A troca de tiros entre policiais e traficantes durou 11 horas e assustou os moradores. O comércio não funcionou, assim como uma escola que fica na Rua Nossa Senhora da Penha.

Mais de 220 policiais participaram da incursão, que começou ainda na madrugada da quarta-feira. Eles foram auxiliados por três veículos blindados, três helicópteros que sobrevoavam a favela e duas ambulâncias. Toda a área foi cercada. Na intensa troca de tiros, traficantes do alto do morro atiravam em direção aos policiais. As rajadas de fuzil atingiram a rua e os moradores, assustados, deitavam no chão para se proteger das balas. Também era possível ouvir explosões de granadas. O comércio foi fechado.

Nesta quinta-feira, o prefeito Cesar Maia elogiou a atuação da polícia no Complexo do Alemão. Durante a cerimônia que deu o nome de Rainha Carlota Joaquina ao viaduto próximo ao túnel do Pasmado, o prefeito classificou a ação como contundente, mas destacou que era preciso a polícia tomar mais conta das favelas. Ele disse que a população fica inibida de colaborar com a polícia porque sua presença não é permanente nas comunidades.

Cesar Maia também comentou a presença da Força Nacional de Segurança. O prefeito disse que ela é importante, mas não acredita que grandes quantidades de armas ou drogas sejam apreendidas na operação nas divisas do estado porque as organizações criminosas vão evitar essas rotas.

Na terça-feira, a polícia identificou três criminosos que teriam participado do assalto ao pedágio da Concer, concessionária que administra a Rodovia Rio-Juiz de Fora. Um dos reconhecidos era Jairo César da Silva Caetano, o Gerinho. Ele é apontado pela polícia como um dos chefes do tráfico de drogas no Complexo do Alemão. Os outros dois seriam os bandidos Pitbull e Rato, ambos da Cidade Alta, em Cordovil.

O reconhecimento de Gerinho reforçou o indício de que a quadrilha partiu do Complexo do Alemão. A polícia já sabia que um dos veículos clonados usados no assalto, um Nissan X-Terra, passara dois dias na Favela do Grota, dentro do complexo sendo pintado e adesivado para ficar semelhante a um carro da PF. Os policiais também desconfiavam do envolvimento de funcionários da concessionária no assalto.

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