Policiais civis de São Paulo fazem nesta quinta-feira protesto de 24 horas contra o reajuste salarial oferecido pelo governador José Serra. O governo oferece aumentos entre 3% e 23% para policiais civis e militares. A categoria quer reposição de até 48%. No Rio de Janeiro, às vésperas do Pan, a Polícia Civil anunciou uma paralisação de 48 horas.
A partir das 8h de quinta até 8h de sexta, os policiais civis só vão atender casos de emergência, como flagrantes, roubo a banco e seqüestro. Serviços como registro de boletins de ocorrência de furtos e inquéritos deixarão de ser realizados.
De acordo com João Batista Rebouças, presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia de São Paulo, a categoria reivindica 48% de reposição de perdas salariais entre 2002 e 2007. Além disso, segundo ele, a proposta do governo não contempla grandes aumentos a aposentados e policiais inativos.
- Essa proposta do governador é uma mentira. O governo, por exemplo, agora deu essa licença prêmio remunerada, direito que tínhamos perdido há 4 anos. Esse pacote anunciado com reajuste para as polícias ficou oito meses na mesa do governador José Serra. E o reajuste e benefícios dos inativos só serão pagos a partir de janeiro - diz Rebouças.
Segundo ele, que esteve nos protestos da categoriadurante a comemorações do feriado 9 de Julho, no Ibirapuera, o reajuste oferecido pelo governador José Serra dará em média aumentos entre 4% e 16% para os policiais civis, bem abaixo da reivindicação. O estado de São Paulo tem atualmente 34 mil policiais civis. Serra esteve na comemoração, mas evitou falar do assunto.
O secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, disse que o governo está se esforçando para valorizar os policiais e os protestos registrados pela manhã foram feitos por uma minoria. Marzagão, não acredita que a paralisação ganhe força no estado.
- Acredito no bom senso da categoria. Esse pacote de valorização dos policiais prevê, além de reajuste, licença prêmio em dinheiro e subsídio para a compra de casa própria. É uma desfaçatez dizer que não houve aumento - comentou Marzagão
Como a Polícia Militar é proibida por lei de fazer greve, a associação de esposas de PMs pretende, na quinta-feira, impedir viaturas de deixarem o quartel localizado, no bairro da Luz, no centro da capital. A manifestação também é contra a proposta de Serra e a favor da valorização do policial.
O projeto de lei que beneficia os policiais deve ser votado pela Assembléia Legislativa a partir de agosto. Além do reajuste, o projeto prevê que os policiais poderão tirar 30 dias da licença prêmio em dinheiro.
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