Maringá Fracassou a primeira tentativa da Polícia Militar em cumprir a ordem da 5.ª Vara Cível de usar força policial para garantir os serviços essenciais em Maringá. Cerca de 20 policiais, oito viaturas e um caminhão foram até a Secretaria de Serviços Públicos (SMSP) no início da manhã de ontem, mas encontraram a resistência dos grevistas. Os manifestantes formaram uma corrente humana em frente ao portão, impedindo a saída dos veículos de dentro do pátio da SMSP.
Enquanto policiais avaliavam a situação dentro do pátio, onde os caminhões de lixo estavam com os pneus murchos e não podiam circular, outros discutiam com grevistas no portão e ouviam reclamações de que eles deviam estar atrás de bandidos e não de trabalhadores. "Fomos informados pela Justiça e vamos garantir a ordem pública, evitando os confrontos", comunicou o tenente Rogério Aparecido Fernandes. "A essencialidade não está suprindo a necessidade da cidade e precisamos que os veículos executem o trabalho."
A desobstrução deve ser feita com policiais do 4.° Batalhão da PM de Maringá. Caso não haja solução pacífica, há a possibilidade de a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) determinar reforço.
Os grevistas colocaram um monte com sacos de lixo bloqueando a porta de acesso ao setor administrativo da secretaria. "A cidade inteira está numa situação de risco por causa do lixo", afirma o advogado e diretor do Procon, Ulisses Maia. "O prefeito não vai negociar enquanto houver esses atos."
A PM comunicou a prefeitura e aguarda um aviso de que os caminhões de lixo estão em condições de sair para que os policiais voltem ao local e cumpram a determinação judicial. A prefeitura só deve consertar os danos hoje, se conseguir entrar com um compressor de ar na secretaria.
O prefeito Sílvio Barros (PP) se reuniu ontem de manhã, no Paço Municipal, com a base aliada de vereadores os quatro vereadores de oposição não foram chamados e disse que aceitaria receber o comando de greve desde que os grevistas retomassem os serviços essenciais. O arcebispo Dom Anuar Batisti recebeu uma comissão dos grevistas e também se prontificou a intermediar uma reunião entre o prefeito e a presidência do sindicato.
A paralisação dos servidores municipais completa hoje 19 dias, sem sinalização de acordo. Os funcionários da prefeitura de Maringá reivindicam reajuste salarial de 16%, mas a administração oferece apenas 4,53%, de acordo com a inflação do ano passado. (AI)
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