
O policial militar João Dias Ferreira chegou no início da tarde desta segunda-feira (24) à Polícia Federal. Ele disse que vai entregar aos investigadores 13 arquivos de áudio e uma relação de nomes de empresas beneficiadas pelo suposto esquema de desvio de verbas do Ministério do Esporte. Segundo o policial, as gravações não atingem diretamente o ministro do Esporte, Orlando Silva, mas incriminam assessores do alto escalão da pasta e muito próximos a ele.
"Acredito que durante toda a semana vão aparecer coisas novas porque estamos recuperando as provas. A minha briga é para provar que existem vários pagamentos de diversas empresas e entidades. Como nós rejeitamos esse protocolo, aconteceu a Operação Shaolin", disse Dias.
Prisão
João Dias foi preso no ano passado, durante a operação Shaolin, sob a acusação de desviar R$ 3,2 milhões do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. Ele é ex-militante do PCdoB e delator de um suposto esquema de corrupção no Ministério do Esporte. Ele acusa o ministro Orlando Silva de desviar recursos do programa Segundo Tempo por meio de ONGs de fachada. Segundo o PM, funcionava uma central de propina no ministério, com o fim de arrecadar recursos para o PCdoB. Orlando nega as acusações e desafiou o policial a apresentar provas.
Reportagem da revista Veja desta semana traz a reprodução de um desses áudios, gravado pelo próprio João Dias em abril de 2008. Na conversa, Fábio Hansen, então chefe de gabinete da Secretaria de Esporte Educacional - responsável pelo programa Segundo Tempo -, e Charles Rocha, na época chefe de gabinete da Secretaria Executiva do ministério, dão orientações a João Dias sobre como escapar das investigações sobre desvio de verbas públicas repassadas pela pasta. As ONGs do policial são acusadas de desviar R$ 3,2 milhões do ministério.
Sobre o áudio da reportagem da revista, o policial contou que foi "convidado para uma reunião na calada da noite", com o objetivo de parar com a produção de documentos falsificados que originaram a Operação Shaolin. "A reunião é feita no 7.º andar da Secretaria Executiva, com a cúpula do ministério. Então é de interesse do ministério", disse Dias.
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