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Estar onde ninguém vê. Essa será uma das formas de atuação da Polícia Civil paulista durante os cinco dias de visita do papa Bento XVI, a São Paulo, programada para ocorrer entre 9 e 13 de maio. Em entrevista ao G1, o delegado da Polícia Civil Maurício José Lemos Freire, um dos responsáveis pela organização da segurança do pontífice no Brasil, contou que todos os locais por onde o papa vai passar estão sendo registrados por meio de filmagens e fotos. O número pode mudar, mas a estimativa é de que cinco mil policiais civis estejam envolvidos na operação.

"Nosso objetivo é conhecer o terreno, ver aqueles que possam estar em risco na passagem e permanência do santo padre. Queremos evitar a possibilidade de atentados", disse Freire, diretor do Departamento de Identificação e Registros Diversos (Dird).

Entre os locais monitorados pelos policiais civis estão a cidade de Aparecida, a 167 km da capital paulista, o Campo de Marte, na Zona Norte da capital, onde ele rezará uma missa, e o estádio do Pacaembu, na Zona Oeste, onde terá um encontro com jovens. Os prédios altos, em pontos estratégicos, também serão ocupados. "Faremos um policiamento velado. Não pode haver uma janela na qual a gente não saiba o que acontece", garantiu o delegado.

Freire está acostumado à escolta de autoridades – participou de duas visitas do papa João Paulo II (antecessor de Bento XVI) ao Brasil (1991 e 1997) e da vinda do Dalai Lama (2006) a São Paulo.

Também implantou em São Paulo, em 1990, a Delegacia de Proteção a Autoridades e Dignatários, que cuida da segurança dos 97 consulados do estado. Para Freire, a maior preocupação é com a multidão em volta do pontífice, situação vista como mais perigosa do que quando João Paulo II esteve no Brasil.

"Hoje, o grau de risco é maior por causa do extremismo religioso, que pode provocar tumulto. Além disso, o acúmulo de gente querendo chegar perto do papa torna as coisas complicadas. É um público heterogêneo, inclusive de freiras e padres. Mesmo não sendo uma manifestação agressiva, as medidas devem ser tomadas. Será uma segurança severa, rígida", disse o delegado.

As autoridades de segurança – Forças Armadas, Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Militar – estão em permanentes reuniões para que nada dê errado. "Dá tempo", assegurou Freire.

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