Thiago, Carolina, Sarah, Caio e Wagner: em perfeita sintonia| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Foi-se o tempo em que os estudantes tomavam as ruas para protestar e se envolviam com as grandes questões nacionais. Desde o fim do regime militar (décadas de 60 a 80) e do impeachment do ex-presidente Collor (1992), os jovens parecem estar cada vez menos interessados em política e, principalmente, em se mobilizar por seus direitos.

CARREGANDO :)

Mas sempre há quem reme contra a maré, esforçando-se para desenvolver – já na própria escola ou universidade – a formação política através de organizações coletivas, tais como grêmios e centros acadêmicos. Uma atitude, aliás, aplaudida por especialistas e capaz de despertar as novas gerações para o exercício pleno da cidadania.

"Como experiência pessoal é bom para tudo que a gente for fazer no futuro", resume Carolina Simões Pacheco, 16 anos, estudante do ensino médio e diretora de Cultura do grêmio estudantil do Colégio Nossa Senhora Medianeira. Opinião compartilhada pela colega Sarah Serra Almeida Cunha, 16, oradora da mesma agremiação. "Às vezes, você tem um problema isolado e, ao trazer isso para dentro de uma entidade que representa o aluno, você agrega mais força", explica Thiago Rosenmann, 23, tesoureiro do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e aluno do curso de Engenharia de Produção Civil.

Publicidade

Outro ponto positivo das agremiações é possibilitar o contato com as diferentes realidades de uma mesma instituição, conforme observa Wagner Tauscheck, 22, coordenador do setor de Humanas do DCE da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e aluno do curso de História. "Quando você entra num DCE, começa a ter uma visão mais geral das coisas", diz. "E um dos papéis do DCE é justamente trabalhar a formação política dos estudantes", acrescenta Caio Pamplona, 21, presidente do DCE da UTFPR e aluno de Engenharia Industrial Mecânica.

Para Eliel Ribeiro Machado, professor de Ciência Política da Universidade Estadual de Londrina (UEL), é importante que os jovens se preocupem com temas relativos às suas próprias instituições de ensino, mas sem esquecer de olhar mais além. "Os grandes problemas nacionais permanecem, como a luta por uma educação de qualidade. Portanto, motivos para se organizar não faltam. Individualmente não se vai a lugar nenhum", conclui.

A discussão continua no Blog da Gazetinha (http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/blog/blogdagazetinha). Acesse e comente.