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Brasília (AG/AE) – Políticos do PSDB e do PFL também receberam dinheiro das contas de agências do publicitário mineiro Marcos Valério. Ministro da Previdência no governo Fernando Henrique, o deputado Roberto Brant (PFL-MG) informou nesta quinta-feira que seu assessor Nestor Francisco Oliveira sacou R$ 102 mil da conta de uma das empresas de Valério na agência do Banco Rural em Brasília.

Brant comunicou à direção do PFL que recebeu uma doação eleitoral "por fora", da empresa Usiminas, no valor de R$ 150 mil. Esse dinheiro, deduzidos os impostos, resultou no saque de R$ 102 mil, feito por seu assessor. O deputado afirmou que esse tipo de doação faz parte do sistema eleitoral brasileiro. "Quem não tiver recebido dinheiro não contabilizado que atire a primeira pedra", disse.

Brant afirmou ter usado o dinheiro para pagar Iran Pessoa de Melo, que era responsável pela propaganda de televisão de sua campanha para a prefeitura de Belo Horizonte. O deputado informou à direção do PFL que vai fazer a retificação em sua prestação de contas e emitir um recibo em favor da Usiminas. Brant disse ainda estar seguro de que não será punido pelo partido. "Claro que não vou ser punido pelo PFL, pois esse é um fato da vida das campanhas eleitorais no Brasil. Não me considero réu de nenhum delito político", afirmou.

O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), saiu em defesa de Roberto Brant, dizendo que as explicações do parlamentar são esclarecedoras e satisfatórias. "Brant esclareceu os fatos de forma rápida mostrando a origem do dinheiro e o destino dos recursos, sua resposta é satisfatória", afirmou.

PSDB e PSB

O deputado estadual João Leite, candidato do PSB a prefeito de Belo Horizonte em 2004, também teria recebido dinheiro de Valério durante a campanha. O engenheiro tucano Paulo Menecucci, que até então não tinha explicado por que fizera saques na conta da SMP&B, informou ontem a políticos mineiros que o dinheiro foi usado para gastos da campanha de João Leite. O PSDB fez parte da coligação que apoiou a candidatura de João Leite, hoje sem partido. Nos números apurados até agora pela CPI dos Correios, Menecucci sacou R$ 205 mil no Banco Rural em Brasília.

Outro nome ligado aos tucanos mineiros também sacou dinheiro das contas de Valério. Cristiano Paiva Nunes, que sacou R$ 300 mil da contas da SMP&B, é funcionário da deputada estadual tucana Vanessa Lucas (MG), que é mulher do ex-prefeito de Contagem, Ademir Lucas (PSDB).

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse ontem, em Belo Horizonte, que as denúncias do suposto mensalão e do esquema ilegal de financiamento de campanhas eleitorais não atingirão o partido. "Nada respingará no PSDB e neste governo", afirmou, referindo-se ao governo de Minas Gerais. "Estas questões estão a léguas de distância de nós, e o nosso papel é cobrar com absoluto rigor que os responsáveis, independentemente do partido e do cargo que ocupam, sejam punidos", afirmou.

Além dos saques feitos por Menecucci, na lista que está na CPI aparecem os nomes de dois membros da Polícia Civil do estado (David Rodrigues Alves e Luiz Carlos Costa Lara). Aécio afirmou que Alves e Lara estão à disposição da Corregedoria da polícia e do Ministério Público do Estado (MPE). "Se for comprovada ilegalidade nas ações, eles serão punidos", disse.

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