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Confira as mudanças partidárias| Foto:

Paraná

Troca-troca em ritmo intenso

Da Redação

O troca-troca de partidos seguiu ontem em ritmo intenso no Paraná, fortalecendo ainda mais o grupo político do prefeito de Curitiba, Beto Richa, pré-candidato tucano ao governo do Paraná.

O deputado estadual Mauro Moraes se filiou ao PSDB. Moraes, que há muito tempo estava se aproximando do grupo político de Richa, deixou o PMDB alegando perseguição do partido – argumento que, se for aceito pela Justiça Eleitoral, preservará seu mandato na Assembleia Legislativa (uma súmula do Supremo Tribunal Federal entende que o mandato pertence ao partido e não ao eleito, desde que o político não sofra perseguição dentro da legenda).

Outra mudança de peso foi de Emília Belinati, ex-deputada estadual e ex-vice-governadora na gestão Jaime Lerner (1995-2002). Ela estava no DEM e ingressou no PSB, a convite do vice-prefeito Luciano Ducci, que apoia Beto Richa na disputa do governo estadual. Emilia, que hoje está sem mandato eletivo, deve entrar na disputa por uma vaga de deputada estadual.

Esverdeou

Outra troca de partido anunciada ontem foi a do ex-deputado estadual e ex-vereador de Curitiba Natálio Stica, atualmente diretor da Sanepar. Ele saiu do PT para se filiar ao PV.

  • Mão Santa: sai do PMDB e vai para o PSC
  • Leal: cotado para ser vice de Marina
  • Ivo Rosset: empresário vira petista
  • Mares Guia busca espaço no PSB

Brasília - Dois anos depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) definir que os mandatos de parlamentares que mudam de legendas pertencem às siglas, o troca-troca partidário voltou a se impor no cenário nacional. Se a decisão do Supremo, em 4 de outubro de 2007, provocou a perda de mandatos e conteve a dança das cadeiras dentro dos partidos, agora, esses efeitos vêm sendo ignorados pelos políticos, que voltaram à antiga prática, sem temer punições e buscando novas legendas conforme suas conveniências eleitorais.

Hoje termina o prazo legal para essas novas filiações partidárias com vistas às eleições de 2010 e poucos políticos fizeram seus movimentos preocupados com o viés ideológico de suas legendas.

Na prática, as filiações aconteceram baseadas em dois aspectos centrais. A primeira onda foi na direção de partidos com pré-candidaturas presidenciais com potencial de bom desempenho, como é o caso do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) e da senadora Marina Silva (PV-AC).

Essa atração funcionou não apenas com políticos experientes, mas com empresários interessados em contribuir e participar dessas novas campanhas. O PSB de Ciro atraiu para seu lado o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. O PV de Marina levou o presidente da Natura, Guilherme Leal, além de empresários dos grupos Klabin e Granero. Já o PT trouxe à legenda o empresário Ivo Rosset, presidente da Valisère, e sua esposa, Eleonora Rosset, que se filiaram ao partido de Lula, ontem, na capital paulista.

De quebra, essa onda ainda arrastou políticos como o vereador paulistano Gabriel Chalita, que deixou o PSDB para entrar no PSB, e o ex-ministro do Tu­­­rismo e das Relações Insti­­­tucionais, Walfrido dos Mares Guia, que deixou o PTB para se tornar companheiro de partido de Ciro Gomes.

O segundo principal fator provocador do troca-troca partidário foi causado pela busca de espaço para o lançamento de candidaturas majoritárias. Políticos deixados em escanteio nas suas antigas legendas buscaram novas oportunidades em partidos menores.

Distante do centro político, o Partido Social Cristão (PSC) abrigou políticos rejeitados por suas antigas legendas. Em troca da filiação, o PSC entregou o comando regional a esses caciques. Um exemplo é o ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, que deixou o PMDB para migrar ao PSC. Ele será candidato ao governo. Carregou junto o deputado federal Laerte Bessa. O senador Mão Santa (PI) foi outro que trocou o PMDB pelo partido cristão, onde será candidato à reeleição. Mão Santa vai presidir a legenda no Piauí.

Em recente entrevista à reportagem, o presidente do PSC, Vitor Nósseis, não escondeu que dinheiro é fundamental para a chegada dessas novas lideranças. "É como a relação entre marido e mulher. Se o dinheiro sai pela porta, a mulher sai pela janela".

No Rio de Janeiro, o ex-governador Anthony Garotinho também preferiu deixar o PMDB para poder concorrer ao governo do Rio. Como o PMDB não abriria mão da candidatura à reeleição do governador Sérgio Cabral Filho, Garotinho se mudou com todos os seu aliados para o PR para poder concorrer.

Na mão inversa, o DEM foi uma das legendas que sentiu os efeitos mais fortes no troca-troca partidário. Integrante da oposição, mas sem ter uma candidatura própria à Presidência, acabou desidratando com a perda garantida de pelo menos quatro deputados federais, além da saída de deputados estaduais por todo o país.

Apesar disso, o comando do partido decidiu entrar na Justiça Eleitoral para cobrar a devolução do mandato dos parlamentares considerados infiéis. Para o presidente do DEM, deputado Ro­­­dri­­­go Maia (RJ), esse movimento de mudança de legendas seria baseada na convicção de que não se repetirão as punições pela infidelidade partidária.

"Parece que eles foram informados pelos governadores de seus estados que essas punições não seriam feitas. Não sei se é verdade, mas é um absurdo não se respeitar o princípio da fidelidade partidária", avalia Maia.

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Interatividade

A troca de partido é um ato de desrespeito ao eleitor, que escolheu um candidato de uma determinada legenda e vê o eleito mudar de casa no meio do mandato?

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