"Sequestro"
Decretada a prisão preventiva de vereadora sumida. Câmara e PT vão apurar o caso
Derek Kubaski, especial para a Gazeta do Povo
Foi decretada, na tarde de ontem, a prisão preventiva da vereadora Ana Maria Branco de Holleben (PT), suspeita de ter forjado o próprio sequestro em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Ela já estava presa temporariamente numa sala da 13ª Subdivisão Policial. A decisão da Justiça de converter a prisão em preventiva motivou a transferência da vereadora para uma cela especial no quartel do Corpo de Bombeiros de Ponta Grossa.
Segundo investigação do Grupo Tigre da Polícia Civil, Ana Maria simulou ter sido sequestrada por criminosos pouco antes da primeira sessão da nova legislatura municipal que deveria eleger a mesa diretora da Casa, na última terça-feira. A ausência acabou adiando a eleição da mesa para a última quinta-feira, já que nas sessões realizadas na terça e na quarta a oposição com o desfalque da vereadora resolveu não entrar em plenário.
O presidente da Câmara Municipal de Ponta Grossa, Aliel Machado (PCdoB), revelou que os vereadores vão se reunir numa sessão, ainda sem data definida, para instalar uma comissão que vai analisar o caso de Ana Maria. O Diretório Municipal do PT também se manifestou na tarde de ontem, por meio de nota, informando que o caso da vereadora será avaliado pela Comissão de Ética e Disciplina do partido na cidade.
O prefeito de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, Marcelo Rangel (PPS), expediu ontem o Decreto 6.637, que suspende o pagamento de toda despesa empenhada até o dia 31 de dezembro de 2012. De acordo com o chefe do Poder Executivo, a medida deve permanecer em vigor por 100 dias, até que um levantamento detalhado sobre as contas e contratos seja realizado.
O documento prevê que, além da suspensão dos pagamentos das despesas até o último dia de 2012, a Secretaria Municipal de Gestão Financeira e Assuntos Jurídicos vai realizar uma revisão dos gastos e ordenar o pagamento dos contratos que estiverem regulares.
Rangel disse que fará um anuncio coletivo sobre o decreto de moratória, mas adiantou que a decisão foi baseada num estudo aprofundado sobre as dívidas do município e a regularidade dos contratos vigentes. Ele salientou que todos os secretários desempenharam um levantamento sobre gastos de suas pastas e o informaram da necessidade de suspender provisoriamente os pagamentos. "Recebi de dois secretários a informação de que seria extremamente necessário, neste momento, adotar essa medida para que possamos fazer uma avaliação".
O prefeito adiantou que ao final do prazo de 100 dias deverá ser feito um estudo mais aprofundado sobre a regularidade dos gastos e contratos.