O processo de impeachment contra a presidenta Dilma não tem qualquer fundamento jurídico. Impeachment não é um julgamento meramente político, porque, se assim fosse, outros governantes também deveriam ser afastados, a começar pelo governador do Paraná, Beto Richa, que tem alta desaprovação popular, tem denúncias de corrupção em seu governo, com mais de 80 servidores presos, inclusive seu primo. Além do mais, ele foi mais longe nas “pedaladas fiscais”, alterando a meta fiscal de 2014 depois de encerrado o ano, em abril de 2015. Isso sim foi uma pedalada. O que fará o PSDB?!
Alvaro Dias: Impulso ao pedal
Leia a matéria completaAlém da ausência de motivo jurídico, todos estão vendo que o presidente da Câmara dos Deputados resolveu acatar o pedido da oposição para tentar se proteger de um processo de cassação. Ele, acusado de muitos atos ilícitos, está sendo amparado e apoiado por aqueles que mais têm criticado a corrupção no país. Daí temos que assistir a todo esse desrespeito à Constituição e a ritos processuais que acontecem na Câmara, especialmente no Conselho de Ética, que já fez seis sessões e não conseguiu encaminhar o afastamento do deputado denunciado. Os inconformados com o resultado das urnas de 2014 ajudam Eduardo Cunha a se safar.
Ser contra a presidenta, acusá-la de incompetência, responsabilizá-la pela crise econômica, criticá-la, é papel da oposição e direito de todo povo brasileiro. Mas a solução para resolver sua substituição é o voto na urna. Foi assim recentemente na Argentina e na Venezuela, onde a oposição venceu as eleições: NO VOTO. É da democracia! Quem venceu governa. Quem perdeu que se organize para vencer na próxima. Querer governar sem os votos para isso é golpe!
Dilma Rousseff é uma mulher honesta e não tem qualquer participação em atos ligados à corrupção, todos reconhecem, inclusive seus adversários. Não é por estar com baixa aprovação que deve ser afastada. A Constituição está aí para garantir a todos, governantes fracos ou fortes. Se ela só puder amparar os fortes, há algo de errado no modelo institucional.
Precisamos agora vislumbrar o que pode dar fim às crises política e econômica. O Congresso tem papel fundamental nisso, principalmente em garantir a legalidade, porque fora dela não haverá solução.
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