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Indignação e revolta tomam conta das mensagens enviadas pelos leitores do Globo Online sobre o assassinato do guitarrista do Detonautas, Rodrigo Netto, de 29 anos, na noite de domingo, durante tentativa de assalto na Avenida Marechal Rondon, no Rocha, Zona Oeste. O tom de emoção e, ao mesmo tempo de apelo, do vocalista do Detonautas, Tico Santa Cruz, para que a morte do músico não fique impune e represente apenas mais um dado na estatística da violência no Rio, é reproduzido na maioria das mensagens recebidas pelo site, que até o início da manhã desta terça-feira já contabilizavam mais de mil.

"O povo está refém desta bandidagem. As pessoas se tornam prisioneiras em suas residências, enquanto os bandidos agem impunemente", desabafa Sonia Regina do Valle. A leitora resumiu o que acredita que pode representar a morte do músico: "Mais uma pessoa vítima da violência, mais uma que, daqui a pouco, fará parte de alguma estatística.", e acrescentou que o crime poderia ter acontecido contra uma criança ou um idoso, já que a única questão dos bandidos é tirar o que quer do outro: "Os bandidos não escolhem vítimas, escolhem objetos, bens, desprezam a vida alheia, que, para eles, valem menos que a própria".

A preocupação de que qualquer um pode vir a tornar-se mais um número na estatística é uma constante nas mensagens, como na do Marcio Barreto, que diz ainda sentir-se envergonhado com a situação da cidade: "Dizer que eu me encontro envergonhado de ser carioca, não difere da opinião de tantos outros que se sentem como eu. Dessa vez foi o Nettinho, mas quantos se vão diariamente?". Mais adiante, ele acrescenta: "Nada mais nessa cidade me alegra". Um outro eleitor concorda: "Banalizaram a vida. Lamento por esse jovem, que poderia ser um filho de qualquer pessoa, já que ninguém está livre de uma situação destas. Lamento por todos que se foram, e que ainda irão, sabe lá quantos".

O leitor Marcio Barreto aponta ainda que mudou hábitos para enfrentar a situação de insegurança: "O que tenho feito é ficar em casa e sem carro, já que vendi o meu para não ser mais um a ilustrar as capas do jornais".

Um outro leitor, Paulo Roberto Andel, lembra as eleições de outubro como o momento para demonstrar a insatisfação com a atual situação: "O modelo de sociedade que aí está, gerando miséria e animais irracionais que matam por qualquer coisa, está mais do que falido. Como prejuízo, mais um jovem com a vida abreviada. Todos os dias, em várias ruas. Outubro é momento de mostrar a insatisfação das pessoas de bem contra tudo o que aí está, tudo!". Luiz Alberto dos Santos faz coro: "O Brasil e, em particular, o Rio de Janeiro, vive um problema de violência que não é de ordem policial, nem cultural, muito menos social. O problema é político".

Polícia no Morro da Mangueira

As buscas ao assassino continuam no Morro da Mangueira. Até o momento, porém, não há novas prisões. A Polícia investiga a morte de Rodrigo Netto e realiza operações no Morro da Mangueira desde a segunda-feira. Um dos bandidos suspeitos de envolvimento no caso morreu em uma troca de tiros com policiais do 6º BPM (Tijuca) na manhã dessa segunda. Um outro bandido, identificado como Thiago da Costa Garcia, foi baleado e está no hospital do Andaraí.

Irmão internado

Rafael Netto, de 32 anos, irmão do músico do grupo Detonautas, permanece internado no Hospital São Lucas, em Copacabana. Ele está no Centro de Tratamento Intensivo, mas respira normalmente e seu estado de saúde é estável. Rafael estava no carro, na Marechal Rodon, com o irmão e a avó quando os bandidos anunciaram o assalto. Rafael foi atingido por dois tiros, num dos braços e nas costas. Também foi baleada pelos bandidos Geralda Marli Vieira, de 55 anos, que estava em um ponto de ônibus com a neta, de 3 anos, no colo. A criança não ficou ferida. Geralda foi atingida de raspão no supercílio e levada para o Hospital Souza Aguiar, no Centro.

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