Despedida
Lula chora ao encerrar mandato
Brasília - Fim de tarde em Brasília. Prestes a encerrar o último dia na Presidência, Lula fecha o gabinete, abre uma garrafa de uísque e chora copiosamente ao assinar a exoneração de colaboradores.
Assinada depois das 16 horas do último dia de 2010, a dispensa da secretária-executiva do Ministério da Saúde, Márcia Bassit, é seu último ato oficial no Planalto.
Cercado de assessores, conta a história de um militante do Piauí que vendeu a única cabrita para custear gastos com a criação do PT.
A Miriam Belchior e Gilberto Carvalho, ambos escalados para o governo Dilma, uma recomendação: ânimo. Declara que o governo Dilma não pode ser tratado "como um fim de linha.
A pedido de um assessor, autografou camisetas confeccionadas para sua despedida. Ao abrir as camisetas (com a inscrição "Valeu, Lula), mais lágrimas.
Um telefonema de dona Marisa Letícia quebra o momento. A primeira-dama cobra sua presença no almoço.
Já na garagem, Lula é surpreendido pelos seguranças com uma bola de futebol feita com adesivos distribuídos a seus visitantes. Nova surpresa na noite de réveillon. Reunida no Alvorada, a família usa a camiseta feita para a despedida.
Folhapress
A gestão política da política
A necessidade de executar uma agenda ampla de reformas (...) passará necessariamente pela habilidade da nova chefe de Estado em lidar politicamente (e não administrativamente) com conflitos derivados de apetites de todo tipo.
Brasília - A chuva que insistia em cair em Brasília durante o dia de ontem e com seu momento mais intenso na hora em que a presidente eleita, Dilma Rousseff, chegava à catedral de Brasília , parecia que estragaria a festa cívica marcada para a Praça dos Três Poderes. Mas os simpatizantes de Lula, Dilma e do PT compareceram ao evento popular. Nada comparado à posse do primeiro mandato do presidente petista, em 2003, quando uma multidão ocupava o mesmo local desde cedo. A praça estava tranquila, os populares passavam por uma longa fila até um detector de metais para acessar a parte mais próxima ao parlatório, mas nada que causasse desconforto a quem foi à frente do Palácio do Planalto. Era uma festa da militância e de simpatizantes de Lula, com muitas bandeiras e broches do partido e de Dilma.
De boina vermelha e bandeiras ao vento, o servidor público do Distrito Federal Persivaldo Ananias Pereira Júnior, 51 anos, chegou ao local da posse às 11 horas, três horas antes do início do evento. "Vim dar um obrigado ao Lula, não um tchau, pois ele estará sempre na política e nos nossos corações. E um parabéns à Dilma pela luta e pela vitória", disse o brasiliense, que vota em Lula para presidente desde 1989, na primeira campanha presidencial do petista.
Um grupo de produtores rurais de Gama, cidade-satélite de Brasília, percorreu 42 quilômetros a cavalo para prestigiar a solenidade. "Viemos unir o mundo rural ao urbano. Damos todo o apoio ao presidente e à presidenta", disse Adelino Roberto Barbosa, presidente da Associação de Criadores e Produtores Rurais de Gama.
Mais do que acompanhar a posse da primeira mulher eleita presidente do Brasil, o que o povo queria ver mesmo era ver Lula. Enquanto Dilma não chegava ao Planalto, por várias vezes ele deu uma "espiadinha" pelos vidros do palácio e, a cada breve aceno, seus simpatizantes iam ao delírio. Também não faltou o famoso jingle da campanha de 89. "Olê, olé olé olá, Lula, Lula".
A chegada de Dilma também gerou a versão para ela do jingle de Lula, além de outras manifestações positivas pela posse da petista.
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