Pesquisa Sensus divulgada nesta quarta-feira (29) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descerá a rampa do Palácio do Planalto com popularidade recorde de 87%.
Ao fim de oito anos de mandato, Lula entregará à presidente eleita Dilma Rousseff um governo com 83,4% de aprovação. O percentual também é o mais alto já registrado pelo levantamento.
Entre 23 e 27 de dezembro, o Instituto Sensus ouviu 2 mil entrevistados em 136 municípios de 24 estados. Em setembro de 2010, a última rodada da pesquisa mostrava Lula com 80,7% de popularidade e o governo com 79,4%. A melhor avaliação de Lula na série histórica do levantamento é de 84%, em janeiro de 2009.Dilma
O Sensus também mediu a expectativa dos entrevistados em relação ao governo de Dilma Rousseff. Para 27,7% dos pesquisados, a petista fará um "ótimo" governo. Já 41,5% apostam em um boa gestão e 17,6% acreditam em uma administração regular. O governo Dilma será ruim ou péssimo para 6,4%. Os que não responderam ou não souberam totalizaram 7%.Desenvolvimento
A pesquisa perguntou ainda se, do ponto de vista econômico, o país havia se desenvolvido "muito, um pouco ou não havia se desenvolvido" durante os oito anos de governo do presidente Lula. 63,9% consideraram que o país se "desenvolveu muito", 30,4% avaliaram que a economia evoluiu "um pouco" e 3,7% concluíram que o país não se desenvolveu economicamente durante os dois mandatos de Lula.
Na área social, a mesma pergunta foi realizada e 57,8% dos entrevistados afirmaram que as ações sociais se desenvolveram muito na gestão Lula. Já 35,6% consideraram que houve um pouco de desenvolvimento e 4,1% não observaram evolução nas políticas sociais.
O governo de Dilma Rousseff será uma continuidade do governo Lula para 65% dos entrevistados. Outros 8,5% acreditam que Dilma irá continuar a gestão Lula apenas em parte e 23% responderam acreditar que a administração da petista não representará continuidade.Ministério
A equipe ministerial escolhida pela nova presidente também foi avaliada pelos entrevistados. 16,6% dos ouvidos pelo Instituto Sensus consideraram "ótimo" o grupo de 37 ministros indicados por Dilma. Já 28,9% consideraram "bom" o novo ministério e 23,5% consideraram "regular". O percentual de entrevistados que não souberam avaliar ou preferiram não responder ficou em 24,2% e os que consideraram ruim ou péssimo o primeiro escalão de Dilma totalizaram 7%.
A maioria dos entrevistados 27,5% - disse ainda acreditar que as indicações de ministros para o próximo foram apresentadas por Lula. 24,8% responderam que foi Dilma a responsável pelas escolhas e 18% apontaram os partidos da coligação como autores das designações de ministros. O PT também foi citado por 16,7% e os que não souberam ou não responderam somaram 13,1%.
Para o presidente da CNT, Clésio Andrade, as denúncias envolvendo ministros do futuro governo acabaram não influenciando na avaliação da nova equipe. Um dos episódios noticiados envolveu o futuro titular do Ministério do Turismo, deputado Pedro Novais (PMDB-MA), que pediu reembolso à Câmara de uma nota de pouco mais de R$ 2 mil gastos em um motel de São Luis. Ele atribuiu o pagamento a um erro da assessoria e devolveu o dinheiro.
Reformas
Apesar de o presidente Lula já ter deixado claro, em pronunciamentos, que a reforma política será uma de suas prioridades ao deixar o Planalto, na pesquisa, os entrevistados avaliaram como mais prioritária a reforma trabalhista (28,7%), seguida das reformas política (20,9%), tributária (11,5%), previdenciária (10,1%), judiciária (9,4%) e agrária (7,4%).
Para o presidente da CNT, Clésio Andrade, os números registrados pela pesquisa Sensus mostram que Lula seria o presidente, em final de mandato, mais bem avaliado do mundo. "A não ser que apareçam outros presidentes que nós ainda desconhecemos", disse Andrade.Ações prioritárias
Em sua 110ª rodada, a pesquisa Sensus mostra que 46% dos entrevistados continuam apontando a área da saúde como a mais problemática da máquina federal, seguida das áreas da educação (19,5%), violência urbana (15,1%), geração de empregos (9,2%), habitação (3,1%), transporte (2,8%), estradas (1,5%) e saneamento (1,3%).
Em relação às ações na área de segurança pública, a pesquisa também questionou os entrevistados sobre as ações policiais no conjunto de favelas do Morro do Alemão. 90,6% aprovaram as operações articuladas em parceria pelos governos federal, estadual e municipal no Rio. 7,1% desaprovaram e 2,4% não responderam.
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