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| Foto: Antonio Cruz/ ABr

Temer garante que partidos continuarão unidos

Folhapress

Após longas reuniões nos últimos dias sobre a relação do PMDB com o governo federal, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) disse ontem que a aliança com o PT está "garantida" e que discussões internas entre as siglas expõem "solidez" na parceria entre os dois partidos. O vice-presidente disse que o saldo dos encontros recentes foi "muito positivo" e que as duas partes estão "conversando muito bem".

"É uma aliança muito sólida e, por mais que muitas vezes se diga que há embaraço, devo dizer com toda a tranquilidade que as conversas que tive ontem à noite e que tivemos hoje com as lideranças do PMDB revelam a solidez da nossa aliança." Questionado se a aliança está garantida, o peemedebista respondeu apenas: "Está garantida". Temer fez as declarações em uma rápida passagem por uma feira agropecuária na cidade de Não-Me-Toque (RS).

O vice foi ao interior gaúcho com uma comitiva de peemedebistas, que incluiu o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, e o ministro da Agricultura, Antônio Andrade.

A visita ocorre às vésperas da definição sobre a candidatura do PMDB ao governo do Rio Grande do Sul. Um dos pré-candidatos é José Ivo Sartori, contrário ao apoio do diretório regional à reeleição de Dilma. A decisão será tomada no fim de semana. O escolhido deverá enfrentar o governador petista Tarso Genro em outubro. Temer disse que espera o apoio do PMDB gaúcho para a aliança nacional com o PT. "[Mas] haverá um ou outro que não estará a favor."

Osmar serraglio

Não há chance de coligação eleitoral com petistas no Paraná , diz peemedebista

Chico Marés

Presidente do PMDB no Paraná, o deputado Osmar Serraglio (PMDB) acha difícil que a crise do PMDB com o governo Dilma Rousseff influencie nas eleições estaduais deste ano. Para o deputado, no Paraná o partido tem apenas dois caminhos viáveis atualmente: a aliança com o governador Beto Richa (PSDB) ou a candidatura própria de Roberto Requião (PMDB). Na sua avaliação, a aliança com o PT já não é mais considerada pelo partido e uma eventual candidatura de Requião independe do apoio da presidente Dilma Rousseff (PT).

Serraglio diz que, no plano nacional, defende a aliança com a presidente Dilma Rousseff (PT), mas que entende a frustração dos colegas. Ele elogiou, também, o líder dos insatisfeitos, o deputado Eduardo Cunha (RJ). Para ele, o deputado abriu a liderança da bancada para escutar a base, algo que não costumava ser feito no passado. Na sua avaliação, com essa postura, o deputado passou a ter mais influência com a bancada da Câmara do que os próprios caciques do partido. Sendo assim, a tentativa de isolá-lo pode ser uma tática equivocada.

Sem avançar nas discussões sobre a reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff prometeu ontem apoiar candidatos do PMDB em seis estados onde o PT também pretende lançar nomes na disputa, em uma tentativa de conter a crise com seu principal aliado. Como um dos motivos do racha entre os dois partidos são as alianças regionais, Dilma espera que o gesto reduza o clima de tensão que marca a relação entre PT e PMDB. O PT faria concessões em estados como Maranhão, Paraíba, Rondônia, Tocantins, atendendo à demanda de líderes do partido, entre eles os senadores José Sarney (AP) e Vital do Rego (PB).

Na próxima quinta-feira, o presidente do PT, Rui Falcão, terá uma reunião com a cúpula do PMDB para discutir as alianças regionais. O encontro foi intermediado pelo ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), escalado por Dilma para tentar debelar a crise peemedebista.

A expectativa do presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), é que as duas siglas estejam coligadas em cerca de 12 estados. Nos demais, onde não houver chance de chapa única, os dois partidos vão estabelecer procedimentos que viabilizem as duas candidaturas.

No encontro com a cúpula do PMDB ontem pela manhã, Dilma e o ministro Aloizio Mercadante ouviram o vice-presidente, Michel Temer, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), além do líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE), e de Raupp. Não houve consenso sobre o espaço do PMDB no primeiro escalão.

Dilma mantém a disposição em oferecer uma pasta a senadores peemedebistas, sem atender o pedido de deputados do PMDB para permanecerem com dois ministérios. A bancada do partido na Câmara já avisou publicamente que vai entregar as duas pastas se perder espaço no primeiro escalão — gesto que deu início à atual crise.

A ideia do Palácio do Planalto é manter o isolamento do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ) — porta-voz dos insatisfeitos — e tentar esvaziar a ameaça de rebelião. Cunha não foi chamado ao encontro da cúpula peemedebista com Dilma. O líder trocou farpas públicas com o presidente do PT, Rui Falcão, e defende que o PMDB "repense" a aliança nacional com os petistas em torno da reeleição de Dilma.

Após o encontro com a presidente, os peemedebistas evitaram dar declarações públicas para não ampliar a crise — especialmente após a disposição da presidente de não ceder aos apelos do PMDB da Câmara. O presidente da sigla, Valdir Raupp (RO), disse que trabalha para acabar com as divergências entre PT e PMDB. "O que não podemos é dinamitar pontes. Vamos reconstruí-las para permitir a travessia. A aliança nacional está salva, a princípio", afirmou.

Líder minimiza isolamento imposto pela presidente

Agência Estado

O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), minimizou ontem a estratégia de isolamento imposta pelo Palácio do Planalto. Pela manhã, a presidente Dilma Rousseff voltou a se reunir com líderes do partido para discutir a crise instalada na Câmara, mas só o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (RN), foi convidado a participar do encontro.

Segundo o peemedebista, não havia "clima" para uma reunião com a presidente. "Você acha que tinha clima hoje para uma reunião? Que reunião seria essa? Talvez se fosse chamado eu não fosse", afirmou Cunha. O deputado disse que é preciso esfriar os ânimos para retomar o diálogo. "Primeiro tem de baixar a bola."

Ao reclamar da tentativa de "demonizar" sua figura, Cunha voltou a dizer que, ao isolar o líder do PMDB na Câmara, o governo acaba isolando a bancada inteira. "Erra quem acha que pode me isolar. Eu represento aquilo que a bancada pensa em sua maioria", enfatizou. O deputado negou que tenha uma atuação deliberada pregando o rompimento da aliança e ressaltou que, como líder, não tem uma posição pessoal de embate com o governo. "Não estou levando ninguém à guerra", disse. "Não somos obrigados a nos gostar, mas a nos respeitar", disse. Ele voltou a dizer que os deputados do PMDB votarão contra o projeto do Marco Civil da Internet e a favor da criação da comissão externa para acompanhar as investigações de suposto pagamento de propina no exterior envolvendo funcionários da Petrobras.

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