Apesar da tentativa do PSDB de incluir uma sugestão de indiciamento ao ex-presidente Lula, a CPI do BNDES aprovou nesta quinta-feira (25), por 20 votos a 7, o relatório final do deputado José Rocha (PR-BA), que aponta indícios de irregularidades em operações do banco mas não sugere indiciamento de ninguém por tais problemas.

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A aprovação teve votos contrários da oposição, mas ocorreu sem dificuldades, apesar das críticas manifestadas publicamente pelos deputados do PSDB e do PPS. “Nós não cumprimos com o nosso papel. (...) Não há um indiciamento sequer para poder dizer claramente quais as pessoas envolvidas. Estamos fechando os olhos para aqueles que continuam delinquindo”, afirmou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

O deputado Alexandre Baldy (PSDB-GO) chegou a apresentar um voto paralelo sugerindo o indiciamento de Lula, do pecuarista José Carlos Bumlai e do presidente do BNDES, Luciano Coutinho. A manifestação, porém, teve apenas efeito simbólico.

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Houve outros votos em separado também, como por exemplo dos deputados Arnaldo Jordy (PPS-PA), que também pediu indiciamento de Luciano Coutinho, e Sérgio Vidigal (PDT-ES), que solicitou mais prazo para a CPI continuar as investigações.

O relatório final de Rocha, apresentado na semana passada, não indicia nenhum dirigente do banco, nem empresários ou políticos já investigados por possíveis relações com problemas em financiamentos.

Em diversos pontos, seu relatório reclama da falta de documentos necessários para avaliar se os financiamentos foram regulares e vantajosos economicamente.

Nesta terça (23), ele declarou à imprensa que os indiciamentos são apenas “simbólicos” e que não procurou holofotes. “Vamos encaminhar a documentação às autoridades. O Ministério Público vai dispor de tudo para abrir a investigação que achar necessária”, afirmou Rocha.

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Com essa aprovação do relatório final, chega ao fim a comissão de inquérito. A CPI do BNDES foi instalada em agosto do ano passado e, apesar de ter entregue sub-relatorias a deputados oposicionistas, teve como relator um parlamentar mais alinhado ao governo federal, que garantiu um relatório final mais neutro e não acatou as sugestões mais críticas feitas pelos sub-relatores.

Sob a presidência do deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), requerimentos contrários ao governo chegaram a ser pautados e aprovados, como a convocação de Bumlai, que ficou calado na CPI, mas os trabalhos tiveram dificuldades no excesso de detalhes técnicos dos financiamentos do BNDES.

Também houve blindagem na CPI ao grupo JBS, grande doador de campanhas eleitorais.