O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), usou bilhetes nesta terça-feira (26) para pedir apoio aos senadores durante as investigações contra ele pela acusação de que recebeu ajuda de um lobista para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de 3 anos.

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Um dos bilhetes, por exemplo, foi enviado dentro do plenário ao líder do PSDB, Arthur Virgilio (AM). No papel, Renan pede apoio ao senador e afirma que está sendo alvo de um "esquadrão da morte" dentro do Senado e que "resistiria" até o fim. As mesmas palavras foram usadas por ele durante entrevista coletiva nesta quarta. Outros senadores receberam bilhetes semelhantes durante o dia.

A avaliação no Senado nesta quarta é que a situação de Renan está cada dia mais desgastada. Para aliados e senadores da oposição, a nota oficial divulgada pelo Democratas nesta terça pedindo seu afastamento do cargo ajuda a "desestabilizá-lo" na cadeira de presidente do Senado.

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Aliados do senador dizem que ele perdeu de vez a maioria dentro do Conselho de Ética. Acreditam, por exemplo, que foi um recado claro ao PMDB a ameaça do presidente do órgão, Sibá Machado (PT-AC), de votar nesta quarta o relatório que pede o arquivamento do processo.

Para os senadores, o aviso está dado: ou o partido indica logo um relator para o caso, ou o relatório que pede o arquivamento será derrotado pela maioria do conselho nesta quarta, aprovando-se a continuidade das investigações. O que, avaliam aliados de Renan e senadores da oposição, seria uma derrota política para o presidente do Senado.

Depois das desistências de dois relatores, Epitácio Cafeteira (PTB-MA) e Wellington Salgado (PMDB-MG), Sibá anunciou que caberia ao PMDB a indicação do relator. Por alguns motivos: a oposição já apresentou relatórios paralelos contrários ao arquivamento e o PT não quer a função por já ocupar a presidência do conselho.

Entretanto, o PMDB não indicou nenhum nome a Sibá. Irritado e pressionado pelos colegas, o presidente do Conselho de Ética deu uma entrevista tumultuada nesta quarta ameaçando votar o relatório. Para um aliado de Renan, integrante do conselho, a postura de Sibá é um recado dos senadores da base aliada do governo para que o PMDB "assuma suas responsabilidades", caso contrário, o presidente da Casa será derrotado nesta quarta.

Já senadores do PMDB que passaram o dia reunido com Renan argumentam que nenhum senador do partido aceita a tarefa. E dizem que discutirão o assunto novamente nesta quarta pela manhã, antes da reunião do Conselho de Ética.

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