Atrás de mais benefícios, o doleiro Alberto Youssef está colaborando com diferentes órgãos de fiscalização. Nesta quinta-feira (23), foram quatro horas de depoimentos para a Procuradoria Geral da República (PGR) e para a Controladoria Geral da União (CGU). Youssef foi ouvido na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde ele está preso desde março de 2014, quando foi deflagrada a Operação Lava Jato.
O teor dos depoimentos não foi confirmado pelos advogados do doleiro. “Vários depoimentos são prestados neste momento e poucos núcleos fáticos são inaugurados”, disse o defensor Tracy Reinaldet, que acompanhou a oitiva. “O que acontece é um aprofundamento no nível de detalhe de cada fato que foi objeto da colaboração do Alberto até então”, completou.
O advogado comentou ainda que a defesa de Youssef pretende aumentar os benefícios do acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal. Segundo Reinaldet, uma reunião para setembro está marcada entre os defensores para discutir o assunto.
“Nós entendemos, por parte da defesa que a colaboração do Alberto é muito efetiva e extrapolou o âmbito inicial dela, razão pela qual ele poderia pleitear benefícios melhores do que os que foram acordados no acordo de colaboração”, disse o advogado. Entre as cláusulas do acordo, está estipulado que o tempo de prisão deve ser de três a cinco anos para todos os crimes.
De acordo com Reinaldet, os depoimentos de Youssef devem seguir ocorrendo nos próximos dias. “Provavelmente ele continuará tendo essa rotina extensa de depoimentos”, disse o advogado.
Outros depoimentos
O lobista Fernando Soares também foi chamado para depor nesta quinta na PF. Ele foi ouvido pela Procuradoria Geral da República. O teor da oitiva não foi confirmado pela força-tarefa nem pelo advogado Nélio Machado, que defende Soares.
“Presumo que seja sobre o mesmo fato que é objeto da ação penal: aquisição das duas sondas em 2006 e 2007”, disse Machado. “É estranhável que só chamem agora, é mais estranhável ainda que haja a concomitância de um processo criminal aqui [na Justiça Federal em Curitiba] e uma investigação em curso no Supremo Tribunal Federal”, criticou o advogado.
Waldomiro Oliveira, dono das empresas MO Consultoria, RCI Software e Empreiteira Rigidez – usadas pelo doleiro Youssef para lavar dinheiro do esquema – também foi ouvido pela Lava Jato nesta quinta. Segundo o advogado Haroldo Nater, Oliveira foi convocado para prestar esclarecimentos sobre pagamentos feitos à empresas de fachada que ainda não tinham vindo à tona nas investigações.
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