Fora Obama: manifestantes de esquerda antiamericanos são reprimidos pela polícia, no centro do Rio de Janeiro| Foto: Antônio Scorza/AFP

Confronto

PM reprime manifestação antiamericana

Policiais militares do Batalhão de Choque reprimiram ontem à noite, com bombas de gás e balas de borracha, um protesto contra a vinda ao Brasil do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Houve muita confusão, correria, fumaça e fogo em frente ao prédio do Consulado dos EUA no Rio de Janeiro, onde a manifestação terminou.

Um segurança do consulado teria sido atingido possivelmente por um coquetel molotov (arma incendiária). Cerca de 200 pessoas participaram do ato, organizado por representantes de movimentos sociais de esquerda e do PSTU, munidos de bandeiras e cartazes com frases em inglês e português contra o presidente dos Estados Unidos: "Fora Obama" .

Agência Estado

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Por razões de segurança, a organização da visita ao Brasil do presidente dos EUA, Barack Obama, cancelou ontem o discurso aberto ao público que o norte-americano faria amanhã à tarde na Cinelância, centro do Rio de Janeiro. Agora, Obama fará um pronunciamento apenas para convidados dentro do Theatro Municipal, que também fica na Cinelândia.

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A decisão de cancelar o comício teria sido tomada em conjunto pelo governo do Rio e pelo governo dos EUA. Embora tenha havido divergências sobre segurança entre autoridades brasileiras e norte-americanas (sobretudo devido às exigências restritivas do serviço secreto dos Estados Unidos), o Palácio do Planalto teria aprovado a alteração da agenda. O governo brasileiro já havia alertado os norte-americanos para as "fragilidades" da Cinelândia.

O temor do Planalto era de que a decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas, capitaneada pelos EUA, de aprovar medidas militares contra a Líbia poderia deixar Obama ainda mais exposto a toda sorte de protestos (ontem, aliás, manifestantes anti-Obama entraram em confronto com a polícia no centro do Rio – veja quadro ao lado). Para assessores do Planalto, a Cinelândia traz dificuldade para deslocamentos e fugas rápidas, já que se trata de uma praça cercada de prédios.

Com o cancelamento do discurso aberto, o cerco planejado para a Cinelândia foi parcialmente suspenso pelas equipes de segurança brasileiras e americanas. O metrô, que ficaria impedido de passar sob a região, poderá funcionar normalmente. O comércio também foi autorizado a abrir as portas, mas a interdição das ruas próximas ao Theatro Municipal foi mantida.

Além do discurso a convidados, o presidente norte-americano terá outros dois compromissos cercados por segurança no Rio: uma visita à estátua do Cristo Redentor, que será totalmente fechada aos turistas; e uma passada rápida na favela Cidade de Deus, onde nem sequer vai circular pelas ruas (ele participará de um evento na quadra de uma escolinha de futebol e vai desembarcar dentro do espaço).

Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Itamar Franco, Fernando Collor e José Sarney foram convidados pelo Itamaraty para o almoço que será oferecido ao presidente Barack Obama hoje, em Brasília. Lula teria recusado o convite.

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Doutorado

Ontem, foi divulgado ainda que Dilma e Obama devem assinar, neste fim de semana, um acordo que permitirá a mais brasileiros concluírem doutorado nos EUA. Carente de doutores, especialmente nas áreas técnicas como engenharias, o Brasil precisa melhorar com urgência sua formação de recursos humanos. Um acordo entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal para o Ensino Superior (Capes) e a Comissão Fulbright – instituição norte-americana que oferece bolsas de pós-graduação – deve ampliar o número de brasileiros formados nas instituições americanas.

No ano passado, o programa Capes - Fulbright ofereceu 50 bolsas de doutorado a brasileiros. A partir do acordo, não só esse número deverá crescer como também deve passar a incluir mestrados.

Um outro acordo, com a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos, agência vinculada diretamente à Casa Branca, vai incentivar o aumento do intercâmbio de cientistas, pós-graduandos e professores, especialmente na área de biodiversidade e com foco na aplicação em agricultura. Brasil e EUA são, hoje, os maiores produtores de commodities do mundo e pretendem incentivar projetos que melhorem ainda mais as suas produções agrícolas.