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Kassab e Sciarra apertam as mãos, com Richa: sinal de apoio | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Kassab e Sciarra apertam as mãos, com Richa: sinal de apoio| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

A posse de Eduardo Sciarra na Casa Civil estadual, ontem, sinalizou uma espécie de hasteamento de uma bandeira branca na relação entre o governo do Paraná e a União, fragilizada depois da troca de farpas na campanha eleitoral de 2014. Durante a disputa, o governador Beto Richa (PSDB) acusou o governo federal de ter "preconceito" com o estado por supostamente dificultar a liberação de empréstimos. Segundo a União, os recursos só não eram liberados porque o Paraná não cumpria o limite de gastos de pessoal.

Ontem, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, compareceu à posse para "formalizar a disposição de trabalhar em conjunto" e protagonizou troca de elogios pública com Richa. "Conte comigo", disse Kassab ao governador, que respondeu que o ex-prefeito de São Paulo será a "ponte sempre desejada" de entrosamento com o governo federal.

Richa disse que Kassab é um "grande articulador" que "conseguiu construir um dos maiores partidos do país". Ele se refere ao PSD, que atualmente divide apoios: é da base da presidente Dilma Rousseff (PT) na esfera federal e apoiou o tucano no âmbito estadual.

A nova empreitada de Kassab é recriar o Partido Liberal (PL), em uma manobra para esvaziar a oposição e diminuir o poder do PMDB no Congresso. Em Curitiba, ele se recusou a falar sobre o assunto e disse que está licenciado.

Conhecido pelo bom trânsito em Brasília, Sciarra desistiu de concorrer ao quarto mandato como deputado federal para coordenar a campanha de Richa. O governador atribuiu a Sciarra parte da responsabilidade de superar a crise financeira pela qual passa o estado e manter bom relacionamento com os agentes públicos. "Ele é um grande conciliador e vamos precisar de diálogo com os poderes", disse Richa.

Logo depois da posse, Richa e secretários de estado se reuniram em uma sala do Palácio Iguaçu para apresentar ao ministro projetos que dependem de recursos da União. As propostas somam cerca de R$ 4 bilhões e focam nas áreas de saneamento, habitação e mobilidade urbana.

Segundo o diretor-geral da Casa Civil, Alexandre Teixeira, Kassab elogiou as propostas e sinalizou que novas reuniões técnicas devem ocorrer nas próximas semanas para dar prosseguimento.

Foi colocado na mesa, mais uma vez, o projeto do Corredor Metropolitano – uma ligação entre Curitiba e municípios metropolitanos que desafogaria o trânsito da capital. A proposta iria integrar o PAC da Copa, mas foi retirada porque a União não autorizou uma revisão nos custos. Também foi destacada a necessidade de investimentos de R$ 1,3 bilhão na construção de casas populares.

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