A cerimônia de posse do novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro (PMDB), acabou por se transformar ontem em mais um afago aos peemedebistas, insatisfeitos com a postura de "faxina" da presidente Dilma Rousseff (leia mais sobre a tentativa da presidente de reconquistar a base na reportagem acima). Dilma deu as boas-vindas ao novo ministro elogiando a "herança de êxitos e bons resultados" do seu antecessor, o peemedebista Wagner Rossi, que se demitiu da Esplanada após uma sucessão de denúncias envolvendo a pasta.
Rossi afilhado político do vice-presidente Michel Temer ganhou tratamento VIP na solenidade: abriu a cerimônia exaltando em longo discurso a sua gestão. Ganhou elogios de Dilma e Ribeiro e fez questão de agradecer o apoio dos aliados, que lotaram o Palácio do Planalto para prestigiar a cerimônia.
"Ao deixar o meu governo, o ex-ministro Wagner Rossi deixa também uma herança de êxitos e bons resultados", discursou Dilma, que agradeceu a "colaboração" de Rossi. "Nos últimos anos, o ex-ministro Wagner Rossi e todos os seus antecessores conduziram a agricultura e a pecuária brasileiras a um dos momentos mais significativos de sua história. Sem dúvida, nesse período, muito foi feito pela agropecuária e, por isso, ex-ministro Wagner Rossi, agradeço sua colaboração", afirmou a presidente.
Já Mendes Ribeiro admitiu que poderá mudar a diretoria da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), considerada um dos focos de corrupção na pasta. Além de mudanças na Conab, o ministro também não descartou mexidas no ministério. "Se precisar mudar, eu vou mudar. Eu posso vir a mudar qualquer peça do ministério", afirmou Mendes Ribeiro. Mas ponderou dizendo que não pode chegar à pasta "querendo mudar o que não precisa".
O ministro disse ainda que vai esperar a investigação da Controladoria-Geral da União (CGU) para tomar alguma decisão. Segundo ele, a resposta deverá sair em 30 dias. Mendes Ribeiro também afirmou que colocou toda a estrutura do Ministério da Agricultura à disposição do órgão de controle. "O trabalho está sendo feito. E o mais rápido possível nós vamos fazer com que essa ação entre os dois ministérios [Agricultura e CGU] aconteça. São necessários 30 dias para que eu possa agir", disse.
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