O Partido Progressista (PP) começa a desembarcar do governo com mais força. Os diretórios no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo e Acre decidiram apoiar o impeachment da presidente Dilma Rousseff.m
Na semana passada, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), havia anunciado que o partido orientaria os filiados a votar contra a interrupção do mandato da presidente Dilma. Na ocasião, o senador afirmou que o posicionamento da legenda não seria mais discutido até o fim do processo, mas internamente ele reconhecia a instabilidade da situação e já admitia o desembarque de alguns diretórios. A decisão dos diretórios regionais se estende tanto à Câmara dos Deputados quanto ao Senado.
O novo cenário pode complicar a situação de Dilma, que recebeu de Ciro Nogueira a promessa de que teria votos de ao menos 30 dos 51 deputados a favor do governo após reuniões com Lula. Segundo a reportagem apurou, porém, dirigentes do PMDB que procuraram líderes do PP, PR e PSD acreditam que conseguirão angariar mais de 50% de dissidentes em cada sigla pró-Dilma.
Nos últimos dias, todo o trabalho feito pelo ex-presidente Lula e pelo governo de prometer cargos e verbas para os partidos que podem ocupar o espaço deixado pelo PMDB, como PP, PR e PSD, parecia estar garantindo os 172 votos que barram o processo de impeachment –ou pelo menos evitar que os opositores alcancem os 342 deputados necessários enviar o pedido ao Senado.
Nesta segunda-feira (11), a comissão especial do impeachment deve começar a votar o processo contra a presidente. A intenção do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é votar o processo em plenário no próximo domingo (17).
Paraná
No Paraná, em decisão tomada na última sexta-feira (8), o diretório do PP manifestou apoio à saíde de Dilma para defender “os interesses da nação e da sociedade brasileira” por ser a “única alternativa para a superação da grave crise política econômica e moral que penaliza o país”.
Principal voz do partido no estado e cotado para o Ministério dos Transporrtes, o deputado federal Ricardo Barros, porém, afirmou que ainda vai aguardar uma decisão do diretório nacional da legenda para se posicionar.
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