O PP experimentou duas sensações diferentes na noite desta quarta-feira. Primeiro, sentiu o doce sabor da vitória ao ver seu ex-líder, deputado Pedro Henry (MT) ser absolvido pelo plenário da Câmara das acusações de envolvimento com o mensalão. Depois, no entanto, amargou uma derrota, quando seu presidente, Pedro Corrêa (PE), teve o mandato cassado. Desde o início da crise, ele é o terceiro parlamentar a perder o mandato. Os outros foram Roberto Jefferson, do PTB, e o ex-ministro José Dirceu, do PT.
O resultado da votação do processo contra Pedro Henry já era esperado. Sua absolvição já tinha sido aprovada pelo Conselho de Ética e plenário só ratificou esta decisão. Ao fazer a sua defesa, o deputado desabafou:
- Defender-se se uma acusação falsa deveria ser uma tarefa mais fácil, mas no mundo atual a realidade é diferente. A suspeição impede que a verdade seja ouvida. A grandeza do gesto de minha absolvição por este plenário talvez não seja suficiente para recompor o mal que isso me fez.
Já Pedro Corrêa não teve a mesma sorte. Com a pressão sobre os deputados após a dupla absolvição da semana passada - Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP) - e como na votação anterior seu companheiro de partido também se viu livre da cassação, a situação do presidente do PP ficou difícil. Ele culpou a imprensa:
- Vejam como é insaciável o apetite de certos setores da mídia. Agora já falam do envolvimento de 50 deputados nesse tão falado mensalão - disse. (Clique aqui e veja o perfil do deputado).
Durante a abertura da sessão do plenário, o presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo, afirmou que pretende incluir na pauta do plenário da próxima semana mais dois processos de perda de mandato: os dos deputados Wanderval Santos (PL-SP) e João Magno (PL-ES).
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