No aguardo do anúncio oficial da reforma ministerial, integrantes da cúpula do PMDB, PP e Pros se reuniram em almoço na tarde desta quarta-feira (22) em Brasília para fazer o balanço das negociações dos últimos dias com a presidente Dilma Rousseff. Na mesma hora do encontro, a petista embarcava para Natal, onde irá inaugurar o Estádio Arena das Dunas para em seguida viajar para a Europa e Cuba, com previsão de retornar apenas no próximo dia 29.
Do lado do PMDB, parte da cúpula da legenda acredita que o senador Vital do Rego (PMDB-PB) deve ser indicado para o Ministério do Turismo. A pasta hoje é comandada por Gastão Vieira, que ocupa uma vaga da cota do partido na Câmara. A contrapartida oferecida aos deputados do PMDB seria a indicação para o Ministério de Ciência e Tecnologia ou para a Secretaria de Portos.
Caso não aconteça essa contrapartida, a bancada da Câmara deve retirar o apoio ao senador Vital do Rêgo, o que poderia levar a um racha dentro da legenda. A vaga do Ministério do Turismo também é disputada pelo recém aliado do governo Dilma, o PTB. O nome indicado para assumir o posto é o do presidente da legenda, Benito Domingos, que esteve em Brasília nos últimos dias aguardando uma convocação da presidente Dilma para falar sobre a reforma. "Hoje temos que brigar para não perder o que temos", afirmou um cacique do PMDB.
Dentro das análises feitas sobre a reforma ministerial, parte da cúpula do PMDB considera que uma possível indicação de Josué Gomes da Silva para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior não poderá ser debitada na cota da legenda. Filho do ex-vice-presidente José Alencar, Josué é considerado da cota pessoal de Dilma. Além disso, alguns peemedebistas lembram que mesmo que quisessem não poderiam considerá-lo como indicação do partido uma vez que para ocupar uma vaga na Esplanada seria preciso estar filiado no partido por pelo menos seis meses. Josué ingressou no PMDB apenas no último mês de outubro.
Apesar das incertezas no campo do PMDB e PTB, integrantes da cúpula do PP e do Pros já dão como certo seus espaços no governo. O PP deve permanecer com o Ministério das Cidades e o Pros com o de Integração que também chegou a ser disputado pelo PMDB e PTB. "Há sinais de que o Ministério da Integração pode vir para o Pros", disse ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o líder do partido na Câmara, Gilvado Carimbão (AL), após o almoço. "Como as coisas estão afunilando e a presidente disse que até o dia 29 ou 30 quer efetivar essa conversa acho a tendência natural é (que seja indicado) o companheiro Ciro Gomes.", acrescentou.
O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), que também participou do encontro, disse que a expectativa é que o partido seja contemplado de acordo com o tamanho da bancada no Congresso hoje com 40 deputados e cinco senadores. "Todo partido gosta de ampliar o espaço. E achamos que merecemos, fruto da nossa representação, um espaço maior no governo. Mas isso é uma decisão que cabe à presidente".
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