Curitiba O PP deve admitir, nos próximos dias, que recebeu R$ 700 mil do PT através das contas do publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, suspeito de ser o operador do esquema do mensalão. A liderança do partido está finalizando uma nota oficial em que atribuiu o pagamento a um acordo com o PT para pagar "honorários advocatícios". O PP sempre negou a acusação feita pelo ex-presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson, de que parlamentares do partido receberiam o mensalão para votar a favor do governo.
Desde que João Cláudio Genu, assessor da liderança do PP na Câmara, afirmou ter feito saques nas contas de Valério em depoimento à Polícia Federal (PF), porém, o partido silenciou. Na lista de sacadores das contas de Valério divulgada pela CPI, o nome de Genu aparece recebendo R$ 1 milhão. "Não foi tudo isso como estão dizendo. O que sabemos é que foi R$ 700 mil para pagar advogados que defenderam o partido em campanhas antigas", afirma uma das principais lideranças do PP, membro da Executiva Nacional da sigla, que conversou com a Gazeta do Povo, mas pediu para não ser identificado.
O membro do PP, no entanto, admite que a contrapartida ao pagamento seria a fidelidade ao Executivo em votações importantes no Congresso. "Desde o início do governo Lula, o PP está votando com o governo. O partido estava com dificuldades de pagar e aí apelou para o Partido dos Trabalhadores."
Os saques seriam feitos por Genu e o pagamento ao advogado seria realizado no 17.º andar do Senado, em um escritório da legenda.
O dirigente do PP também refutou a hipótese de uma manobras capitaneada pelo Planalto e pelo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, para afastar o deputado José Janene da liderança do partido. "Não existe isso. Estamos solidários com o Janene."
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