O PPS apresentou nesta terça-feira requerimento para que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República apure a conduta do ministro Paulo Bernardo (Comunicações) por supostas caronas em jatos particulares. Segundo reportagem da revista Época, Bernardo viajou em avião de uma construtora que presta serviços ao governo.

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"Estamos aqui na Comissão de Ética da Presidência pedindo providências para saber se isso fere o Código de Ética do Servidor Público, que normatiza o procedimento dos agentes públicos. Não podemos simplesmente assistir essa onda de denúncias e escândalos", afirmou o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), vice-líder da minoria na Câmara, ao protocolar o requerimento.

Bernardo teria usado avião da construtora Sanches Tripoloni, contratada para obras no PAC. Em nota publicada em 22 de agosto o ministro diz que "jamais" solicitou ou lhe foi oferecido "qualquer meio de transporte privado em troca de vantagem na administração pública federal".

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Além do requerimento, o partido entregou à comissão imagens que mostrariam Paulo Bernardo usando um avião de pequeno porte durante lançamento de programa do governo no Paraná, em dezembro de 2009.

"Segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), disponível no portal da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave é particular e pertence a Roque Veviurka, dono da Bravex, empresa ligada ao agronegócio e à construção de imóveis de luxo", diz o requerimento. "Em cima de um palanque em que se destacava uma faixa de boas-vindas, Bernardo (...) imprimiu tom de campanha a seu discurso".

A expectativa de Jordy é que a comissão, presidida pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence se pronuncie dentro de 30 dias - como as reuniões são mensais, qualquer decisão só seria informada em outubro. "Estamos falando de dois episódios, não de um caso isolado. Em função dessa reincidência é que estamos pedindo essas providências", justificou Jordy.

Entre as possíveis sanções ao ministro estão advertência, censura e sugestão de exoneração.

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