O PPS deverá seguir o PSDB e anunciar formalmente o rompimento com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo o líder do partido na Casa, Rubens Bueno (PR), a ideia é fazer uma reunião da bancada para fechar o discurso até o início da próxima semana. Bueno afirma que o encontro deverá ocorrerá somente na terça-feira, 17, pois não está conseguindo conciliar a agenda de todos os deputados da sigla.
O líder destacou que, embora ainda não tenha formalmente anunciado o rompimento, o PPS já vem adotando discurso contra Cunha desde o início de outubro. Ele lembrou que, no último dia 10, a legenda assinou nota juntamente com outros partidos da oposição pedindo o afastamento do peemedebista da Presidência da Câmara.
Com o surgimento de provas contundentes contra Cunha, a nota foi reiterada pelos opositores no dia 20 de outubro. Bueno lembrou que, na prática, o PPS já está rompido com Cunha. “Tanto que essa foi a terceira semana que não participamos da reunião de líderes na casa dele”, destacou.
Ele se refere às reuniões semanais, geralmente na hora do almoço, que líderes partidários têm com Cunha às terças-feiras. Para o deputado do PPS, as denúncias contra o peemedebista são “muito graves” e as explicações dadas por ele à imprensa, “muito frágeis”. Mais cedo, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), anunciou a ruptura formal da bancada com Eduardo Cunha, que é alvo de representação no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. Ele alegou que as provas contra o presidente da Câmara são contundentes e a defesa apresentada pelo peemedebista foi inconsistente. Para ele, as entrevistas que Cunha deu à imprensa no fim de semana foram um “desastre”.
DEM
Ontem, o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), deu sinais de que o partido também poderá romper oficialmente com Cunha. Em entrevista à imprensa no fim do dia, o parlamentar elevou o tom das críticas à versão apresentada pelo peemedebista, avaliando que a defesa apresentada tem “vários furos”.
A ruptura formal do DEM, contudo, ainda não tem data para acontecer. O rompimento da oposição deve enfraquecer o presidente da Câmara. Isso porque, embora defendessem seu afastamento em nota, opositores davam sustentação ao peemedebista nos bastidores para estimulá-lo a deferir o pedido de impeachment da presidente Dilma. Somente o Solidariedade, partido comandado por Paulinho da Força (SP), aliado de Cunha, deve continuar apoiando-o publicamente.
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