O PPS informou que vai protocolar às 16h desta segunda-feira na Procuradoria Geral da República (PGR) uma representação pedindo a abertura de inquérito para investigar as denúncias de pagamento de propina e outras irregularidades no Ministério do Trabalho, reveladas pelo GLOBO e pela revista "Veja". O partido também vai protocolar um requerimento na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para a realização de uma audiência pública com o ministro Carlos Lupi e outros pessoas que tiveram o nome envolvido nas denúncias. Os desvios na pasta levaram Lupi a afastar do cargo o coordenador-geral de Qualificação Profissional, Anderson Alexandre dos Santos. Ambos são filiados ao PDT no Rio.

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No domingo, o GLOBO revelou que as irregularidades em convênios do ministério com entidades em Sergipe já resultaram em 20 inquéritos na Polícia Federal. Ao todo, a Controladoria Geral da União (CGU) aponta irregularidades em convênios com 26 organizações, em vários estados. Nesta segunda, o GLOBO mostrou que, de acordo com acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério do Trabalho engavetou mais de 500 prestações de contas de ONGs.

Já reportagem da revista "Veja" no fim de semana diz que Anderson teria envolvimento em um suposto esquema de cobrança de propina das ONGs com problemas, com a promessa de resolvê-los. Ele coordenava uma das ações nas quais as irregularidades prosperam com mais vigor: o Plano Setorial de Qualificação (PlanSeq), vinculado à Secretaria de Políticas Públicas de Emprego (SPPE).

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"Virou prática na Esplanada dos Ministérios a montagem de balcões de propina para cobrar 'pedágio' das empresas que assinam contratos com o governo. É uma corrupção desenfreada que, quando o dinheiro público não vai direto para o bolso de ministros e assessores, acaba parando no caixa dois de partidos. Esperamos que, como no caso do Ministério do Esporte, o procurador Roberto Gurgel aja rápido e consiga no Supremo a autorização para a abertura de inquérito", disse o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR).

O parlamentar avisou que também quer ouvir na Câmara outros envolvidos nas denúncias: primeiro queremos ouvir os dirigentes das duas ONGs (Instituto Êpa e ONG Oxigênio) que afirmaram ter pago propina. Na sequência, vamos convocar o ministro e seus assessores acusados de operacionalizar o esquema - disse, apontando entre eles o atual deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA).

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