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Outro lado

Chefe do Gabinete de Segurança nega operação de espionagem

Chamado ontem pela manhã ao Palácio da Alvorada para uma reunião com a presidente Dilma Rousseff, o general José Elito Carvalho, do Gabinete de Segurança Institucional, negou que a Abin tenha montado operação para monitorar o movimento sindical no Porto de Suape.

"É mentirosa a afirmação de que o GSI/Abin tenha montado qualquer operação para monitorar o movimento sindical no Porto de Suape ou em qualquer outra instituição do país. O GSI lamenta ainda a utilização política do tema, questionando a quem interessa tal tipo de interpretação neste momento", disse o ministério comandado pelo general José Elito, em nota.

O PPS vai tentar convocar a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general José Elito Carvalho Siqueira; e o diretor chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Roberto Trezza, para dar explicações na comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara sobre a ação da Abin no Porto de Suape, em Pernambuco. O partido protocolou ontem um pedido para que os três compareçam à comissão.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de ontem, a agência monitora a movimentação sindical no porto. A operação foi coordenada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Pasta que comanda a Abin. O objetivo, de acordo com a publicação, era verificar se estivadores do estado poderiam irradiar paralisações em portos brasileiros, com a intenção de causar um eventual desgaste político para a presidente Dilma Rousseff.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), cotado para disputar a presidência da República, tem se reunido com os sindicalistas e se opõe a pontos da MP dos Portos. Os trabalhadores do setor ameaçam realizar uma greve geral.

Segundo o líder do PPS na Câmara, o deputado paranaense Rubens Bueno, a intenção é esclarecer se a ação da agência tem alguma relação com as pretensões políticas de Campos para 2014. "Depois de a presidente Dilma declarar que em eleição pode se fazer o diabo, temos que tomar todo o cuidado com o uso do aparato de inteligência do Estado", afirmou.

Repercussão

Destacado pelo PSB para ser o porta-voz de Campos a respeito de operação, o senador Rodrigo Rollemberg (DF) qualificou ontem, da tribuna do Senado, que uma "ação nesse sentido é um atentado à democracia". Rollemberg disse que fez questão de telefonar para o general José Elito Carvalho Siqueira, antes do pronunciamento, para ouvir sua posição. Segundo ele, o ministro negou-lhe "veementemente" qualquer tipo de investigação nesse sentido.

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