O PPS anunciou nesta quarta-feira (28) que vai acionar a Justiça para recuperar o mandato de parlamentares que migrarem para o recém-criado PSD. Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permite a mudança de um partido já estabelecido para outro que está começando sem o risco da perda de mandato. No entanto, o presidente do PPS, o deputado Roberto Freire (SP), alega que a norma viola o entendimento constitucional de que o mandato pertence aos partidos. Já tramita, inclusive, no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) do PPS contra esse dispositvo.

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"A mudança só deveria ser permitida nos casos em que o partido desse causa à ruptura do vínculo de filiação", diz Freire. "Esse entendimento leva à interpretação de que basta um detentor de mandato criar um partido para que ele consiga o que não lhe pertence, que é o mandato. É mero ardil".

No STF, a Adin do PPS tinha como relatora a ministra Ellen Gracie, que se aposentou. Na tarde desta quarta-feira, Freire se reuniu com o presidente do Supremo, o ministro Cezar Peluso, para pedir um novo relator e, assim, resolver a questão o mais cedo possível. Segundo Freire, a Adin, se acatada, terá efeitos gerais e retroativos. Ele destacou, no entanto, que isso não implicará na perda automática do mandato dos infiéis, sendo necessário entrar com uma ação para cada caso.

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"Será como se a criação de novo partido nunca tivesse feito parte do texto da resolução", afirmou. "(Os parlamentares que migrarem para o PSD) têm todo o direito de fazê-lo, mas podem não levar os mandatos, conscientes que estão do sério risco que correm de perdê-los".

Na terça-feira (27), o PSD foi o 28º partido político brasileiro a obter registro eleitoral no TSE. O partido nasce com uma bancada de mais de 50 deputados, podendo vir a se tornar a terceira maior força na Câmara, atrás apenas do PT e do PMDB. Parte dos integrantes do novo partido são filiados a legendas de oposição, como o PPS, e veem no PSD uma oportunidade para se aproximar do governo.