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Brasília, (AE) – Decididos a derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a tomar de volta o Palácio do Planalto, os "cardeais" do PSDB puseram as diferenças de lado e adotaram como lema o pragmatismo.

Depois de amargar anos a fio a pecha de "partido do muro" e de ter multiplicado por quatro o cargo de vice-presidente da legenda, só para acomodar as correntes internas, pela primeira vez o PSDB faz a montagem da nova executiva nacional sem briga interna.

O resultado prático deste novo estilo é que o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que votou em Lula em 2002, será eleito presidente do partido no mês que vem com a benção do prefeito de São Paulo, José Serra, derrotado pelo PT na corrida presidencial.

Como Tasso transita com desenvoltura entre os pefelistas, o entendimento geral é de que o cearense é o melhor nome para conduzir o processo sucessório em aliança com o PFL, parceria que já está em curso.

Em contrapartida, o próprio Tasso sugeriu que o serrista Eduardo Paes (RJ) seja o novo secretário-geral, posto ocupado hoje pelo Ceará.

Para o atual presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), o fim da guerra interna e da rivalidade dos tempos da campanha é uma "construção" decorrente do próprio amadurecimento do partido criado em 1988, que está completando a maioridade.

"O núcleo de decisão está bem mais unido e essa unidade é fundamental para que possamos ganhar a eleição em 2006", diz Azeredo. "Depois de oito anos no Executivo e desses três anos na oposição diferenciada ao governo Lula, o PSDB está melhor ainda para voltar ao poder", insiste.

"Amadurecemos muito e agora temos a consciência de que nosso projeto não admite divisões internas como num Fla x Flu, até porque estamos diante de um flagelo e temos de tirar essa gente do poder", resume o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM). "Vimos como a desunião e os conflitos internos foram um desastre para o PT e aniquilaram o governo Lula", completa Eduardo Paes, ao destacar que tucanos de norte a sul partilham, hoje, da mesma convicção: só a coesão e a unidade interna produzirão a vitória eleitoral em 2006.

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