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A duas semanas do início das convenções partidárias que vão oficializar os candidatos à Presidência da República, os três principais pré-candidatos – Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) – já contam com estruturas organizadas para a disputa.

Jatinhos, escritórios, equipes de comunicação, marqueteiros, assessores e até pagamento de salários fazem parte da rotina dos núcleos de pré-campanha desde a indicação dos pré-candidatos pelas legendas.

Dos três partidos ouvidos pelo G1, apenas o PV fez uma estimativa de gastos no período que antecede a oficialização das candidaturas, marcadas pela Justiça eleitoral para o período de 10 a 30 de junho. Até o final deste mês, os gastos podem chegar a R$ 5 milhões. O partido estima que a pré-campanha alcance os R$ 10 milhões.

O dinheiro arrecadado pelo PV tem auxiliado nas despesas já contabilizadas de Marina Silva. Segundo o partido, o dinheiro captado está sendo utilizado na produção das inserções de televisão, pesquisas, contratação de profissionais e nos deslocamentos da pré-candidata e do seu grupo de assessores.

Embora a maioria de seus deslocamentos sejam feitos em aviões de carreira, Marina tem utilizado voos fretados, mas também conta com o jatinho do empresário Guilherme Leal, pré-candidato a vice. Segundo o secretário nacional de finanças do PV, Reynaldo Morais, o custo do jatinho será incluído como doação do pré-candidato ao partido, como ocorre com as doações dos demais apoiadores feitas diretamente aos partidos.

O PT estruturou um esquema semelhante para sustentar os gastos da pré-campanha da ex-ministra Dilma Rousseff. Desde que deixou o governo, no final de março, a petista recebe um salário mensal, custeado pelo partido, de cerca de R$ 18 mil, informou o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, um dos coordenadores da pré-campanha de Dilma à Presidência.

Ela também mudou de endereço. Desde que assumiu a condição de pré-candidata, Dilma mora em uma casa alugada pelo partido no Lago Sul, região nobre de Brasília, ao custo de R$ 12 mil mensais, segundo o ex-prefeito.

Ao deixar a Casa Civil, a petista também levou consigo cinco assessores de confiança. Há ainda despesas com agências de propaganda, aluguel de salas para montagem do comitê na região central de Brasília, além da contratação de cerca de 30 pessoas que já atuam na pré-campanha. Todos os custos engrossam a relação de despesas do partido.

"Pré-campanha é pré-campanha. Não temos comitê eleitoral, não temos como arrecadar em nome do candidato. Temos de usar os recursos que chegam à tesouraria do partido, e para isso precisamos contar com os filiados e apoiadores", afirma Fernando Pimentel.

No PSDB, a estrutura da pré-campanha de Serra se confunde com a do próprio partido. Enquanto não finaliza a organização da estrutura em um espaço alugado no Edifício Joelma, onde já funciona a sede municipal do PSDB de São Paulo, é no espaço da própria legenda que a pré-campanha está estruturada.

Um grupo de profissionais da área de comunicação já foi contratado pelo partido para atuar na pré-campanha, mas está utilizando espaços na agência de Luiz Gonzalez, marqueteiro contratado para a campanha. O partido ainda busca um imóvel para alugar em Brasília. Até o momento, as equipes utilizam a estrutura da sede nacional do partido.

De acordo com o vice-presidente da Executiva nacional do PSDB, Eduardo Jorge, o partido já tem uma conta aberta para a campanha de Serra, mas as ajudas financeiras estão sendo feitas ao partido, e não à campanha do pré-candidato. Serra, segundo Jorge, não recebe nenhum auxílio financeiro do partido.

"Por enquanto estamos com uma estrutura improvisada, mas todos os custos vão ser pagos pelo partido. Temos a estrutura do partido disponível para isso" afirmou ao G1.

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