O secretário de governo do Rio e pré-candidato à prefeitura, Pedro Paulo Carvalho, e sua ex-mulher Alexandra Mendes Marcondes alegaram nesta quinta-feira (12) que dois casos de agressão de Pedro Paulo contra ela, registrados na polícia, foram episódios que um casal enfrenta quando, numa discussão, perde a cabeça. Ele afirmou que mantém sua pré-candidatura. Segundo o boletim de ocorrência 6304/2008, divulgado nesta quinta-feira pela revista Época, Alexandra foi agredida pelo então marido Pedro Paulo diante da filha do casal, Manuela.
O registro foi feito na madrugada de 26 de dezembro de 2008, horas após o Natal. À polícia, Alexandra contou que a briga foi dentro do carro, quando a família tinha chegado em casa, no Jardim Prudência. Segundo o registro, Pedro Paulo a chamou de “vagabunda”, “piranha”, dando socos em seu corpo e rosto.
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Leia a matéria completaO outro caso registrado foi em 2010. Quando este veio a público, em outubro deste ano, o secretário afirmou que havia sido um momento de descontrole que nunca ocorrera. Nesta quinta-feira, após ser questionado sobre a divulgação da segunda agressão, disse que ele a mulher viveram momentos de amor e ódio. Diante da insistência da imprensa, Alexandra pegou o microfone e respondeu:
“Pedro nunca foi um cara agressivo. Tivemos duas discussões, que foram esses dois tristes episódios, infelizmente. Mas ele nunca foi um cara agressivo. Eu vim de São Paulo porque vocês transformaram a minha vida, a vida do Pedro e a da nossa filha num inferno. É uma criança que tem 10 anos, que não tem absolutamente nada a ver com isso “, afirmou. “Qualquer casal tem brigas. As pessoas têm discussões”.
Perguntado se achava normal os dois casos de agressão, Pedro Paulo voltou a dizer que perdeu o controle: “Quem não tem uma briga dentro de casa? Quem nunca exagerou em uma discussão? Quem não perde o controle às vezes? Cometi um erro muito grave, que foi trair a minha mulher e, às vezes, a gente perdia o controle nas discussões”.
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Leia a matéria completaQuestionada se, como mãe, acharia normal um episódio assim ocorrer com sua filha, Alexandra disse que não: “Nunca vou achar normal. Mas, enfim, acho que é difícil julgar. Na vida de um casal, os dois entre quatro paredes, qualquer um se destempera, você pede, você fala, você quer ouvir, você cobra. Você age com o coração com a emoção. Você perde a cabeça e não tem como explicar”.
O secretário chegou à entrevista, num hotel de Copacabana, de mãos dadas com a atual mulher, Tatiana. Alexandra chegou com o atual marido, Tom. Enquanto Pedro Paulo e Alexandra se sentaram à mesa para a entrevista, Tatiana e Tom ficaram sentados na primeira fila, junto à imprensa. Durante alguns minutos, Tatiana e Tom ficaram de mãos dadas. Ao final da coletiva. Os quatro se cumprimentaram.
Sobre o impacto das agressão sobre sua candidatura, Pedro Paulo afirmou ter confiança do PMDB: “Tenho imenso orgulho de ter a confiança do meu partido, o PMDB, e ser a escolha do prefeito Eduardo Paes para a sucessão dele. Sou pré-candidato a prefeito do meu partido”.
Questionado se o episódio se enquadrava na Lei Maria da Penha, respondeu: “A PGR [Procuradoria-Geral da República] já está com o caso e vai analisar. Estou à disposição para prestar todos os esclarecimentos”.
Ao depor em 2010, Alexandra cita a palavra travesti, quando relata a traição do ex-marido. Ao ser questionada ontem se Pedro Paulo a traiu com um travesti, ela negou: “Falei que, quando vi na câmera do elevador, que a mulher que saiu do meu apartamento parecia um travesti. Era uma mulher. Óbvio que era uma mulher. Foi um comentário infeliz e o cara [escrivão] colocou”.
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