Verri: despesas acima do teto| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Miró gastou com locação de veículos
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Os dois deputados estaduais que mais utilizaram a verba de ressarcimento entre fevereiro e junho deste ano são tidos como pré-candidatos à eleição municipal de 2012. Enio Verri (PT) e Plauto Miró (DEM) devem concorrer às prefeituras de Maringá e Ponta Grossa, respectivamente.

O petista foi o campeão de gastos, com R$ 80,7 mil. Isso equivale a cerca de R$ 16 mil mensais, e por isso o deputado terá de reduzir o ritmo de gastos nos próximos meses, já que o teto é de R$ 15 mil. Mas o valor é praticamente igual ao utilizado no mesmo período de 2010 (R$ 80,4 mil).

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"Cada partido tem um estilo de fazer política. Eu sou do PT e não tenho recursos pessoais. Como nós trabalhamos? Estando presentes nos municípios. Minha base alcança 100 municípios. Isto implica um trabalho dos meus assessores, que viajam muito", declarou. A verba de ressarcimento de Verri é bastante pulverizada. Ele apresentou despesas em 18 itens diferentes. Os maiores valores são de combustíveis (R$ 18,2 mil), locação de imóveis (R$ 13,4 mil), divulgação da atividade parlamentar (R$ 10,3 mil) e serviços gráficos (R$ 9,2 mil). "As verbas de ressarcimento que me são colocadas à disposição, as uso bem e para a finalidade para qual elas foram criadas", acrescentou.

Plauto Miró, que atualmente é primeiro-secretário da As­­sem­bleia, utilizou R$ 78,3 mil nes­­te ano. O valor supera o ressarcimento usado por ele no mesmo período do ano passado (R$ 50,9 mil). O deputado conta que tem uma grande estrutura, que funciona ao longo de todo o ano. "Estou cumprin­do o sexto mandato, então fui construindo e aumentando uma estrutura de assessoria e atendimento à população que funciona sempre, independentemente da época", declarou.

A maior parte da verba de Miró em 2011 foi usada para locação de veículos (R$ 25,9 mil), alimentação (R$ 16,1 mil) e combustíveis (R$ 12,8 mil). "Prefiro gastar com automóvel, é uma opção minha e de alguns outros deputados. Cada um decide como usar a verba, e para mim funciona bem assim", explicou.

Cada deputado tem uma estratégia

A não ser pelo limite dos gastos com combustível (R$ 5 mil mensais), os deputados têm liberdade para gastar a verba de ressarcimento da forma como preferir, entre 28 opções. Há quem gaste R$ 8 mil com serviços gráficos em um mês, e outros que não pedem ressarcimento de nenhum centavo para isso.

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Anibelli Neto (PMDB) gasta quase toda a verba com alimentação. Dos R$ 72,1 mil gastos por ele entre fevereiro e junho, R$ 46,8 mil foram usados para refeições (65% do total). Douglas Fabrício (PPS), por exemplo, gastou um pouco mais no mesmo período (R$ 74,9 mil), mas dividiu a despesa em 18 itens.

"Estou percorrendo todo o estado para reorganizar o partido, para conversar com as bases. Fiz votos em 270 municípios, é preciso percorrer tudo, e seria até indelicado fazer reuniões e não providenciar alimentação para todos", afirma o peemedebista. Anibelli Neto confirmou que segue os caminhos do pai. De fevereiro a junho, ele utilizou R$ 46,8 mil com refeições, bem acima do que o gasto por Antonio Anibelli no mesmo período de 2010 (R$ 25,1 mil).

"Ele nunca perdeu eleição, e foi a maneira como aprendi a fazer política", declarou. Ele ressaltou que cada deputado tem um método para usar a verba de ressarcimento, e não há uma cartilha a ser seguida. "Não existe um modus operandi. Depende de cada um."

O deputado que pediu o menor valor de ressarcimento foi Fabio Camargo (PTB), que ficou afastado da Assembleia porque fez uma cirurgia no joelho. "Sem poder me locomover, não posso fazer tantas viagens e o trabalho fica prejudicado."