O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), está tentando um consenso para evitar uma disputa interna na convenção do partido, amanhã. Dividido entre a aliança com o PMDB de Roberto Requião e o apoio ao senador Osmar Dias (PDT), os tucanos devem recorrer ao voto para decidir em qual palanque vão estar na campanha eleitoral. "Seria muito melhor para o partido chegar a um entendimento", afirmou Richa.
O grupo do prefeito, que é contra o apoio à reeleição de Requião, fez na noite de segunda-feira a última tentativa de convencer o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), a desistir de trabalhar pela coligação com o PMDB. A tentativa, no entanto, não prosperou. "Fizemos um apelo para o Hermas, mas ele reafirmou sua posição e insiste em colocar a proposta em votação na convenção", disse Richa. Além do prefeito e do deputado, participaram da reunião o presidente estadual do partido, Valdir Rossoni, o deputado federal Affonso Camargo e o ex-diretor da Itaipu Binacional, Euclides Scalco.
Seja qual for o resultado da convenção, o prefeito acredita que o partido não vai rachar durante a campanha e terá inclusive o apoio do presidente da Assembléia. "O Hermas garantiu que, se for vencido na convenção, não vai abrir dissidência e vai respeitar o resultado."
Hermas Brandão vem sinalizando exatamente o contrário, que não vai subir no palanque de Osmar Dias, mesmo que o partido defina pelo apoio informal ao senador. O deputado já comunicou inclusive o próprio Osmar, no dia em que o pedetista declarou oficialmente que é candidato.
Até a convenção de amanhã, os dois grupos vão tentar buscar reforços para ganhar a disputa interna. O presidente da Assembléia mobilizou ontem a bancada estadual com exceção dos oposicionistas Valdir Rossoni e do líder do PSDB, Ademar Traiano para pressionar a direção estadual a aceitar o convite de aliança com o PMDB. Com a assinatura de seis deputados do PSDB, Hermas elaborou um manifesto que será entregue a Rossoni.
Outro documento também foi elaborado ontem com o apoio dos deputados do PMDB. A bancada estadual se compromete a apoiar o candidato a presidente da República, Geraldo Alckmin (PSDB). É mais um instrumento que Hermas cotado para ser vice de Requião pretende usar para convencer a direção tucana de que a união com o PMDB garantiria um "palanque forte" para Alckmin no Paraná.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura