Campo Mourão - A Justiça Eleitoral de Campo Mourão (Região Centro-Noroeste do Paraná) cassou ontem o mandato do prefeito reeleito da cidade, Nelson Tureck (PMDB), e da vice, Regina Massareto Bronzel Dubai (PR). Eles são acusados de abuso do poder econômico e uso da máquina pública durante a campanha eleitoral de 2008.
A Justiça determinou o imediato afastamento de Tureck e de sua vice. Na sentença, o juiz James de Hamilton Oliveira Macedo determina que o presidente da Câmara Municipal dê posse imediata ao candidato a prefeito de Campo Mourão que recebeu a segunda maior votação na eleição de 2008. No caso, Tauillo Tezelli (PPS).
De acordo com a sentença, Tureck teria levado vantagem sobre o adversário ao realizar e participar da inauguração de um abatedouro de aves (Frangobrás, atual Tyson Foods) em 19 de setembro de 2008, "fazendo-se dela evento político eleitoral, com potencialidade de desequilíbrio na disputa eleitoral". No entender do juiz, a lisura das eleições em Campo Mourão foi maculada devido à sugestão e perspectiva popular de milhares de empregos no frigorífico.
Ainda de acordo com a decisão do juiz, Tureck teria cedido bens e serviços do município visando à inauguração do frigorífico próximo ao pleito. Segundo investigação do Ministério Público (MP), no período eleitoral, o prefeito ordenou a compra e mandou entregar milhares de toneladas de pedra brita, cedeu o grupo circense e outros servidores e permitiu o uso de ônibus da concessionária municipal para a inauguração.
As investigações do MP também indicam que Tureck teria utilizado servidores públicos, no horário de expediente, para trabalharem em sua campanha à reeleição. De acordo com o MP, no dia da inauguração do frigorífico, a prefeitura decretou ponto facultativo em setores administrativos. O evento, que reuniu cerca de 3,5 mil pessoas, teria contado com a participação de grupos de servidores que fazem parte da Fundação Cultural de Campo Mourão.
Tureck, que passou o dia de ontem em Curitiba, foi procurado pela reportagem, mas não retornou aos diversos contatos por celular. Secretários municipais informaram que o prefeito vai recorrer da decisão. "Isso não vai dar em nada, você já viu alguma coisa acontecer com Nersão?", indagou um secretário que pediu sigilo de seu nome.
Em agosto do ano passado, o juiz eleitoral Juliano Albino Mânica, considerou que houve abuso do poder político na campanha de Tureck nas eleições de 2008 e decretou a ineligibilidade dele pelo prazo de três anos seguintes à eleição do dia 5 de outubro 2008 e o condenou a pagar multa de R$ 106,4 mil.
Investigações
Tureck é um dos 63 políticos investigados pelo Ministério Público e Polícia Federal por suposto envolvimento no esquema gafanhoto dentro da Assembleia Legislativa do Paraná revelado pela Gazeta do Povo em 2008.
Colaborou Marcus Ayres, do Jornal de Maringá.
Trump barra novos projetos de energia eólica nos EUA e pode favorecer o Brasil
Brasileiro que venceu guerra no Congo se diz frustrado por soldados que morreram acreditando na ONU
Não há descanso para a censura imposta pelo STF
Tarcísio ganha influência em Brasília com Hugo Motta na presidência da Câmara
Deixe sua opinião