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Vídeo | Reprodução / Paraná TV
Vídeo| Foto: Reprodução / Paraná TV

A Associação dos Municípios do Paraná (AMP) promove hoje a eleição para a nova diretoria da entidade. Como somente uma chapa foi inscrita, o pleito é uma mera formalidade para conduzir o prefeito de Castro, Moacyr Fadel (PMDB), à presidência da associação. Fadel, atual 1.° secretário da AMP, encabeça a chapa "Por um Municialismo Forte", composta por 74 prefeitos. Ele ficará no comando da AMP por dois anos.

O conselho diretor da entidade terá como 1.° vice-presidente Isaac Tavares da Silva (PMDB), prefeito de Carlópolis, cidade do Norte Pioneiro. Gabriel Samaha (PPS), prefeito de Piraquara, município da Grande Curitiba, será o 1.° secretário.

Em fevereiro, o prefeito de Carlópolis planejava compor chapa própria e disputar a presidência. Porém, um acordo entre os dois resultou na desistência de Silva, que passou a ser o 1.° vice-presidente da chapa unificada. Antes dessa chapa unificada surgir, o cargo de 1° vice-presidente do grupo de Fadel seria o prefeito de Piraquara, que abriu mão do posto.

A posse da nova diretoria foi marcada para o próximo dia 7, às 10 horas, no plenarinho da Assembléia Legislativa. De acordo com a assessoria da AMP, o governador Roberto Requião (PMDB) confirmou presença. No início de fevereiro, assessores diretos do governador afirmaram que Requião preferia Fadel, representante da região dos Campos Gerais, na presidência da entidade.

A seguir confira a entrevista que o futuro presidente da AMP concedeu à Gazeta do Povo, na qual conta quais são suas principais metas à frente da entidade.

Como foi o processo de negociação para que o prefeito de Carlópolis desistisse de disputar a presidência da AMP?

O prefeito de Carlópolis, Isaac Tavares, entendeu que não adiantaria fazer um racha dentro da AMP e acabou abrindo mão da candidatura para apoiar a nossa chapa. Mesmo assim, uma pessoa de nossa chapa, o prefeito de Piraquara, Gabriel Samaha, também abriu mão da vice-presidência para Isaac Tavares, em prol da unidade. Um racha dentro de uma entidade representativa seria nocivo para todos, principalmente pelo trabalho que queremos realizar dentro da entidade, que é de aproximar da associação os prefeitos e as microrregiões.

O que os prefeitos devem esperar de sua gestão?

Pretendemos resgatar a credibilidade da entidade, trabalhar junto com as microrregionais, reaproximar os prefeitos da AMP, fazer trabalhos de assessoria técnica para as prefeituras. Vamos disponibilizar um programa de informática para gestão dos municípios do Paraná. Vamos oferecer cursos para capacitar dirigentes e técnicos municipais, a fim de facilitar o trabalho dos gestores.

Quais serão os principais desafios a serem enfrentados pela AMP nos próximos dois anos?

Na minha opinião, o principal desafio é levantar a entidade financeiramente. Pelo que sei, hoje há recursos apenas para a manutenção da entidade. Isso ocorre porque há a uma inadimplência de 60% a 65% dos municípios do Paraná no pa-gamento das mensalidades. Para que os prefeitos comecem a pagar essas mensalidades nós pretendemos fazer com que eles percebam que estamos dispostos a trabalhar incansavelmente pelos municípios. Pretendemos também realizar convênios com o governo do estado e com o governo federal para que possamos pôr em atividade todos os planos de assessoria municipal que pretendemos implantar.

Quais as dificuldades mais urgentes que os municípios do Paraná precisam resolver?

A grande dificuldade hoje é financeira. Depois da 10.ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, conseguimos o compromisso do presidente Lula de votar o aumento de 1% na cota do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Isso é bom, mas faz seis anos que existe a briga pelo aumento do percentual do fundo. Mas mesmo com mais 1%, o problema não vai se resolver. As atribuições dos municípios cresceram tanto nesses seis anos que esse aumento é como dar uma aspirina para quem está morrendo. Os prefeitos querem a descentralização dos recursos do governo federal. Queremos participar da distribuição de recursos de contribuições sociais, como a CPMF e Cofins. A arrecadação dessas contribuições correspondem a cerca de R$ 200 bilhões. É uma reivindicação em nível nacional, que conta com a participação da Confederação Nacional dos Municípios. Na nova diretoria, queremos buscar uma atuação mais forte em nível nacional.

Com o senhor e o seu vice sendo integrantes do PMDB, partido do governador, a AMP não corre o risco de se partidarizar?

De forma alguma vou barganhar ações em troca de apoios partidários ou de votos. Vamos lutar num âmbito geral para que sejam beneficiados todos os municípios do Paraná.

Como vai ficar a relação entre a instituição e os prefeitos de outras legendas?

Na chapa há prefeitos de diversos partidos. Não podemos misturar política com os interesses municipalistas.

Moacyr Fadel, prefeito de Castro e futuro presidente da Associação dos Municípios do Paraná.

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