O prefeito de Cotia, na Grande São Paulo, Joaquim Pedroso Neto (PSDB), conhecido como Quinzinho, foi indiciado por três crimes: formação de quadrilha, inserção de dados falsos no sistema oficial e malversação de verbas públicas. Neste sábado, o prefeito depôs por aproximadamente três horas na sede da Polícia Federal, investigado num esquema de corrupção que desviou cerca de R$ 30 milhões dos cofres do município. O prefeito se apresentou à sede da PF em São Paulo depois que agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa dele, autorizado pela Justiça na noite de sexta-feira.
Segundo investigação da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da PF, o dinheiro é oriundo de investimentos federais destinados à saúde e educação. Já estão presos desde a última quarta-feira o irmão do prefeito, Álvaro Pedroso, além dos secretários de Finanças da cidade, Edson Gomes de Assis, e o de Planejamento, Erick Iasi Pedroso, todos suspeitos de envolvimento no esquema.
No sábado os investigadores da PF cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do prefeito no condomínio Granja Viana 2, em Cotia.
- Fui intimado a prestar esclarecimentos, vim espontaneamente à Polícia Federal. Não apreenderam nada em minha casa. Só levaram um risque-rabisque (prancheta de anotações) e duas agendas, onde há coisas insignificantes - afirmou Quinzinho, que negou a existência dos desvios de dinheiro e disse que as denúncias são fruto da oposição. Segundo ele, os crimes foram denunciados à PF pelo vereador Toninho Calunga (PT).
Segundo o delegado da PF, Carlos Pellegrini, Quinzinho só não foi preso porque não houve comprovação de ocultação de patrimônio: "Mas o vínculo do prefeito com os demais presos se deu de forma completa".
O delegado acrescentou que foi achado no nome da mãe do prefeito um carro Ford Land Cruiser 2005, no valor de R$ 200 mil.
- Ela não tem renda compatível para isso - disse.
Segundo Pellegrini, na casa do comerciante Álvaro Pedroso, irmão de Quinzinho, além de US$ 25 mil guardados numa lareira, a polícia achou documentos escondidos no fundo falso de uma banheira que mostrariam os vínculos do prefeito com as operações ilegais. Álvaro teve, de 2001 a 2004, aumento de patrimônio de R$ 300 mil para R$ 608 mil.
Pellegrini disse que comprovou-se que o secretário Edson Gomes, que tem salário de R$ 4 mil e é ex-escrivão policial, possui uma casa de R$ 508 mil, uma casa de praia de R$ 420 mil , uma Ford Ranger, um Audi A-3 e uma Pajero, o que totalizam patrimônio superior a R$ 1 milhão.
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