O prefeito de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, Gabriel Jorge Samaha (PPS), o Gabão, e outros três empresários tiveram os bens bloqueados pela justiça nesta quinta-feira (5). Eles são suspeitos de participarem de fraude em 2008 na licitação para a contratação de duas empresas de transporte. Caso a acusação se confirme, o prejuízo calculado aos cofres da cidade é de R$ 4,3 milhões. A decisão da justiça é liminar e cabe recurso.
A ação que motivou a penalidade foi proposta no último dia 25 pela 3ª Promotoria de Justiça de Piraquara. De acordo com o documento, apenas duas empresas se habilitaram para o processo licitatório. Elas tinham os mesmos sócios e funcionavam no mesmo endereço.
As informações alertam ainda para o fato de que os serviços estavam divididos em dois lotes e cada empresa apresentou propostas para partes distintas. As duas participantes do pregão presencial em 2008 são a Viação Capital da Água e Transportes Coletivos Vale Real. Conforme a ação, os indícios levantados até agora apontam para a "intenção de fraude entre os requeridos".
Sobre as acusações, o prefeito Samaha diz que o edital foi feito corretamente e que não tem culpa pela participação de apenas duas prestadoras de serviço no processo. "Eu não posso obrigar 20 empresas a participar. Vou tentar derrubar a liminar demonstrando que o processo foi transparente", comentou.
Além de se defender, Gabão critica o fato de não ter sido notificado formalmente sobre a imposição do bloqueio dos bens. "Não podemos desqualificar a investigação, o Ministério Público está no direito. Mas eu fiquei sabendo pela imprensa. O que me dói não é ser investigado, é o estrago político que uma coisa dessas causa", finaliza.
A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com as empresas mas não obteve resposta.
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