Depois de conseguir o número necessário de apoiadores nos Estados para criar o seu novo partido, o PSD, o prefeito Gilberto Kassab articula agora o nome para disputar sua sucessão na Prefeitura paulistana e defender seu legado político.
Ciente de que se for bem-sucedido na corrida de 2012, terá maior poder de fogo para disputar o Palácio dos Bandeirantes em 2014 - ou, num cenário menos favorável, o Senado -, o prefeito atua nos bastidores para pôr de pé uma candidatura que atenda a seu projeto eleitoral.
Kassab diz trabalhar com cinco nomes, mas seu entorno aposta, por enquanto, em dois: o vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD), e o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge (PV).
A ideia de ter um candidato próprio evitaria a "desconstrução" de seu governo pelos adversários durante a campanha. O tamanho da pancada em debates e propagandas na TV poderia reduzir o capital eleitoral de Kassab. Com um nome governista, teria a defesa garantida, ainda que não chegasse ao segundo turno.
A cúpula do PT vê com bons olhos a estratégia eleitoral de Kassab. Seu fortalecimento seria sinônimo de perda de tônus político de Geraldo Alckmin (PSDB), provável candidato à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes em 2014. Um candidato de Kassab disputaria os votos do eleitorado tucano. Principal artífice da estratégia petista para a eleição de 2012 em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer derrotar o PSDB na capital, enfraquecendo a oposição a ponto de tirar dos tucanos o governo de São Paulo em 2014.
Com 49 deputados federais e dois senadores no PSD, Kassab é tratado como aliado pelo governo federal. Setores do PT apostam no apoio dele ao candidato do governo num segundo turno.
Diante dos problemas de popularidade da gestão Kassab, Afif defenderia o legado do prefeito com maior convicção. O vice-governador ganhou inserção na capital no último ano, ao coordenar a campanha de Alckmin em 2010, quando visitou bairros da periferia e produziu boletins apontando carências e demandas locais. Na semana que vem, lançará um site com dados biográficos e trajetória política.
"Estou dedicado de corpo e alma ao projeto de criar o programa do PSD e às tarefas delegadas pelo governador Alckmin. Estou sem cabeça, corpo e membros para desviar do meu caminho", afirmou Afif ao Estado, ao negar planos eleitorais. O vice pode disputar a eleição sem precisar se desincompatibilizar do cargo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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