O prefeito de Prudentópolis, Gilvan Pizzano Agibert (PPS), 65 anos, disse que é falsa a acusação do Ministério Público do Paraná (MP-PR) de que ele tenha recebido R$ 20 mil em espécie proveniente de propina. O político, preso desde a última quinta-feira (12), disse, em nota divulgada neste sábado (14) pelos seus advogados, que "estar portando valores em espécie" é algo "corriqueiro para ele (visto que não possui conta bancária há mais de 15 anos)." A defesa de Agibert alega que tudo será esclarecido no momento oportuno do processo (leia a nota na íntegra abaixo).
Agibert foi preso na última quinta-feira (12), enquanto recebia R$ 20 mil em dinheiro, que o MP-PR diz ser resultado de pagamento de propina. Ele foi pego em flagrante recebendo o dinheiro das mãos de Luís Antônio Bertucci Filho, diretor da Transresíduos empresa responsável pela coleta de lixo na cidade.
As suspeitas iniciais, que levaram à prisão, são que tenham sido cometidas fraudes a licitações, peculato e falsidade ideológica. No total, o prefeito e mais 13 empresas ligadas à administração estariam envolvidos em um esquema que já tinha um ano.
Desde essa época, segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o grupo vinha monitorando as ações do prefeito e descobriu quando e onde o pagamento seria feito. A investigação começou após denúncias indicarem que o prefeito teria contratado licitações de empresas de sua propriedade em nomes de "laranjas" ou "conhecidos".
Agibert teve a prisão temporária expedida e pode ficar preso por tempo indeterminado caso seja decretada prisão preventiva. Ele também está suspenso das suas atividades políticas. Além do prefeito e do empresário, outras duas pessoas, uma delas filho de Agibert, também foram presas. Foram apreendidos ainda documentos, armas e R$ 69 mil na casa onde vivem o prefeito e seu filho, além de R$ 11 mil, na residência de outro filho.
A reportagem tentou contato com a Transresíduos, na manhã deste domingo (15), mas ninguém atendeu às ligações.
Nota oficial
A defesa do prefeito de Prudentópolis, Gilvan Pizzano Agibert, vem a público esclarecer que, ao contrário do que vem sendo divulgado amplamente pela mídia paranaense, ele não foi preso "enquantorecebia R$ 20 mil em propina". Como pode ser inclusive comprovado através do próprio Boletim de Ocorrência lavrado no momento dos fatos, ele foi abordado por policiais militares no centro de Curitiba, enquanto estava sozinho, aguardando um táxi, e por estar portando valores em espécie, algo que é corriqueiro para ele (visto que não possui conta bancária há mais de 15 anos), chegou-se à falsa ilação de que seria dinheiro proveniente de fonte ilícita. No momento processual adequado, o Prefeito demonstrará a origem lícita de tais valores, provenientes, inclusive, da sua remuneração enquanto chefe do executivo municipal de Prudentópolis e o fato de que não possui conta bancária.
Advogados Francisco Monteiro Rocha Jr e Rafael Knorr Lippmann
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