Uma reunião neste domingo (30) em Belo Horizonte entre dois enviados do prefeito Marcio Lacerda (PSB) e manifestantes que ocupam a Câmara Municipal desde a manhã de sábado (29) terminou sem acordo para o fim do protesto. Os manifestantes - cerca de 100 na área externa e 200 no saguão principal da Casa, segundo estimativa da Polícia Militar - reivindicam uma reunião com Lacerda e decidiram permanecer no local.A ocupação começou por volta das 12h deste sábado, após uma tumultuada sessão na Câmara que aprovou projeto do Executivo que permitirá queda de R$ 0,05 na tarifa mais comum do transporte público na capital mineira -R$ 2,80 para R$ 2,75, ou 1,78% de desconto.
Como os 350 lugares das galerias do plenário da Câmara não comportaram os cerca de 500 manifestantes que foram acompanhar a sessão, cidadãos que ficaram de fora trocaram empurrões com guardas municipais e seguranças da Câmara que controlavam o acesso. A tropa de choque da PM chegou a agir com spray de pimenta para promover dispersão.
Os manifestantes reivindicavam a revogação do reajuste de 5,6% na tarifa feito em dezembro de 2012 (R$ 2,65 para R$ 2,80) e a abertura das planilhas de custo do sistema. Duas emendas nesse sentido de vereadores do PT, que faz oposição na Casa a Lacerda, foram rejeitadas na sessão.
Após enviar o chefe da comunicação social para conversar com os manifestantes no sábado, a prefeitura escalou neste domingo o secretário de Governo, Josué Valadão, e o diretor-presidente da BH Trans (empresa municipal de trânsito e transporte), Ramon César.
Os funcionários se reuniram com uma comissão de seis manifestantes, mas não houve acordo imediato. Os representantes do Executivo disseram que Lacerda está disposto a se reunir com uma comissão dos manifestantes, mas não definiram data. A prefeitura também se comprometeu a enviar projeto à Câmara para constituição de uma comissão de transporte que discuta, entre outros pontos, os custos do setor.
Na Câmara, a ocupação continua - os manifestantes, a maioria jovens na casa dos 20 anos, trocaram as três bandeiras da parte externa da Casa por bandeiras do movimento "Fora Lacerda" e outras com as inscrições "Todo poder ao povo" e "Ônibus sem catracas". Também levaram um fogão e já preparam refeições desde sábado no local.
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