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Ponta Grossa – O prefeito de Ponta Grossa, Pedro Wosgrau Filho (PSDB), pediu afastamento do cargo por 15 dias para cuidar de assuntos particulares. Nas duas semanas, ele pretende se dedicar à empresa que administra, uma madeireira que está em processo de recuperação judicial – termo equivalente à concordata, pela nova lei de falências. A licença foi aprovada por unanimidade na Câmara Municipal. O vice-prefeito Rogério Serman (DEM) assumiu o cargo na segunda-feira.

O vereador de oposição Francisco Valentim Filho (PSB) afirmou que votou a favor da licença porque não sabia o real motivo do pedido. "Ele não devia fazer isso porque, assim como a empresa dele, a cidade também está quebrada." Para ele, o afastamento se justificaria apenas em caso de problemas de saúde ou de viagens oficiais.

Em plenário, o vereador Eliel Polini (PSB) disse que seria melhor que o prefeito não retornasse ao cargo. "Nem cuidar da empresa ele sabe fazer." Para o oposicionista, Wosgrau está muito distante da população. "Tem que ter tempo para atender o povo e se dedicar exclusivamente. Os problemas pessoais estão afetando a prefeitura."

Para o vereador Alessandro Lozza de Moraes (PSDB), o prefeito apenas usou um benefício a que tinha direito. A lei orgânica do município permite que o prefeito se afaste do cargo 30 dias por ano. "Não tem problema usar o tempo que seria de férias para trabalhar." A vereadora Ana Maria de Holleben (PT) disse que "foi melhor o afastamento, já que depois ele poderá se dedicar integralmente para a cidade".

A licença do prefeito dividiu os ponta-grossenses. "Ele não devia deixar o cargo porque foi eleito para cuidar do município", disse o vendedor Cléber Levandoski. Já o professor Antônio Queiroz Barbosa acredita que é um direito do prefeito. "Se a lei permite, está certo. Isso sem questionar se a lei está correta ou não."

Já Wosgrau justificou a licença informando que trabalhou os últimos três anos sem tirar férias da prefeitura e que suas funções políticas fizeram as atividades na empresa ficarem em segundo plano. "Eu poderia ir pescar, viajar ou ir para a praia." A madeireira Wosgrau Participações tem hoje 450 funcionários. Já chegou a ter 1,1 mil. Mas está em crise desde a queda do dólar, que afetou as exportações.

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