O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), vai pedir autorização à Câmara Municipal a abertura de crédito suplementar ao orçamento para cobrir despesas contratadas e não pagas pela gestão anterior, do ex-prefeito Luciano Ducci (PSB). O crédito extra será usado, segundo informou ontem Gustavo Fruet, para pagar empresas prestadoras de serviços que estão sem receber e com problemas de caixa para pagar seus funcionários. Isso inclui creches conveniadas, prestadores de serviços de manutenção de unidades de saúde e fornecedores de alimentos. De acordo com Fruet, tem ocorrido ameaças de greves de funcionários dessas empresas porque não recebem o salário.
O prefeito disse ter conversado com sindicatos e que conseguiu evitar algumas greves e paralisações em serviços terceirizados por causa da falta de pagamentos. Segundo Fruet, cerca de oito categorias ameaçaram paralisar nas duas primeiras semanas de mandato.
"Algumas empresas que prestaram serviço até dezembro estão sem receber há oito meses", disse o prefeito. Segundo ele, será priorizado o pagamento de empresas e entidades de menor porte. "Para uma empresa pequena, R$ 100 mil faz muita diferença."
Ainda não foi definido o valor do crédito suplementar que será pedido para os vereadores. Gustavo explicou que a gestão anterior deixou R$ 330 milhões em restos a pagar para o exercício de 2013, sendo que para cerca de R$ 200 milhões não há previsão no orçamento. Um crédito suplementar é uma modificação no orçamento que é feita por meio de um projeto de lei, que tem que ser aprovado pela Câmara. Os vereadores só retomam as atividades legislativas em 4 fevereiro.
Sugestão informal
Segundo o prefeito, a decisão de abrir um crédito suplementar foi sugerida informalmente pela procuradoria do município e pelo Tribunal de Contas do Estado (TC). "Não posso simplesmente remanejar sem autorização. Até por cautela, vou pedir autorização da Câmara e informar todos os pagamentos ao TC e ao Ministério Público", afirma.