A atual administração de Apucarana está coordenando uma investigação no mínimo curiosa. A suspeita é de que os prefeitos anteriores tenham escondido atos administrativos em diários oficiais do município que foram usados para forrar caixões. As informações são da RPCTV.
Os jornais foram impressos entre os anos de 2008 e 2012 e deveriam ter circulado em Apucarana. No entanto, de acordo com a prefeitura, as 119 edições, que custaram R$ 170 mil, acabaram servindo para forração de caixões.
Na funerária municipal, pilhas de jornais estão amontoadas na sala de preparação dos caixões. O procedimento foi descrito por um dos funcionários da funerária como "calçar o defunto". Os jornais eram amassados e colocados entre os corpos e as laterais do caixão.
A prefeitura investiga se os ex-prefeitos Valter Pegorer e João Carlos de Oliveira imprimiram diários secretos para esconder atos irregulares. Um dos casos no qual pode ter ocorrido irregularidades se refere a uma lei municipal aprovada na Câmara Municipal em agosto de 2009. No texto, um terreno é doado pela Prefeitura para uma entidade ligada a Pegorer.
Em entrevista à RPCTV, o sucessor de Pegorer, João Carlos de Oliveira, nega irregularidades. Segundo ele, o diário oficial com a decisão circulou normalmente. "A distribuição [era feita] nos pontos comerciais, nos logradouros públicos. Enfim, toda a cidade tomava conhecimento, porque [o jornal] era distribuído", afirmou.
Mas a Procuradoria do Município discorda. A edição do diário, no qual a lei foi publicada, ainda não foi encontrada. Eles dizem acreditar que o jornal possa ter sido utilizado na forração de caixões já enterrados e, por isso, nunca serão localizados.
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