O anúncio de que a presidente Dilma Rousseff não iria comparecer à abertura da Marcha em Defesa dos Municípios, que está ocorrendo em Brasília, levou prefeitos de todo o país a vaiarem a ausência presidencial. No ano passado, Dilma também foi vaiada pelos prefeitos, no mesmo evento, ao criticar mudanças nas regras dos royalties do petróleo que beneficiariam os municípios.
O Palácio do Planalto já temia que Dilma fosse criticada pelos prefeitos na edição deste ano da marcha. A ausência dela teria sido uma estratégia para evitar um novo desgaste em um período em que a presidente está com a popularidade em queda. Para "compensar", foram enviados ao evento os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Saúde, Alexandre Padilha, para falar do plano nacional para contratação de mais médicos.
A troca da presidente pelos ministros não deu certo e ela acabou sendo vaiada do mesmo jeito. Em dificuldades econômicas, os gestores municipais cobram mais repasses da União. Eles querem que o governo federal eleve de 23,5% para 25,5% a parcela do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) destinada às prefeituras por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Os prefeitos afirmam que correm risco de ficarem com a "ficha suja" por não conseguirem arcar com as folha salarial dos servidores.
O governo federal não pretende abrir mão de mais 2 pontos porcentuais do IR e do IPI. Porém, ontem o Planalto prometeu acalmar os prefeitos. E anunciou que a própria presidente, pessoalmente, anunciará hoje aos gestores municipais que estão em Brasília uma série de medidas para aliviar as dificuldades das prefeituras com despesas de custeio.
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