Identificadas 100 vítimas do acidente da TAM

Mais três corpos de vítimas do acidente com o Airbus da TAM foram identificados neste sábado. Ao todo, já são 100 pessoas identificadas. Os corpos identificados são de Diogo Casagrande Salcedo, Vinicius Costa Coelho e Arthur Souto Maior de Queiroz.

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O prédio da TAM Express onde o Airbus da TAM caiu na terça-feira da semana passada poderá ser demolido já neste domingo. A prefeitura já anunciou a demolição, embora a secretaria de Segurança Pública informe que ainda há peritos trabalhando no local em busca de vestígios. E enquanto isso acontecer, o prédio não poderá ir ao chão. A TAM emitiu nota na tarde deste sábado informando que não haverá intervenções no prédio enquanto não houver liberaçao total.

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De acordo com a empresa contratada para fazer a demolição, o método utilizado deverá ser a implosão. Os explosivso começarão a ser colocados na noite deste sábado. A implosão deverá acontecer entre 15h e 16h, segundo a empresa. A demolição deveria acontecer às 13h, mas nesse horário pode haver ainda manifestantes de um protesto contra a falta de segurança do setor aéreo que farão uma caminhada do Parque do Ibirapuera ao local do acidente.

Os familiares deixarão o parque por volta das 9h e deverão chegar ao prédio da TAM Express por volta do meio-dia. Para evitar que a implosão aconteça com a presença dos manifestantes, ela só acontecerá quando não houver mais manifestantes perto do local. A Defesa Civil vai isolar a área. Ainda há 19 imóveis interditados no local.

Neste sábado, peritos do Instituto de Criminalística ainda fazem a última tentativa para encontrar fragmentos de corpos ou vestígios de sangue no local, com a aplicação de luzes especiais que identificam matéria orgânica ou resto de sangue. Os peritos usam um equipamento especial chamado Mini-Crimescope que emite luz fosforescente em contato com material orgânico.

Um dia depois de retirar os restos da cabine do Airbus 320 da TAM, o Corpo de Bombeiros encerrou as buscas no prédio da TAM Express às 19h de quinta-feira. A última parte do avião a ser achada foi a cabine do avião. Localizada no sábado, dia 21, ela estava entre duas lajes. Os bombeiros só chegaram na cabine na quarta-feira. Para alcançá-la, tiveram de abrir buracos nos escombros. (veja fotos do local da tragédia)

Da cabine foram retirados roupas, sapatos e carteiras que, a princípio, devem ser dos dois comandantes do vôo 3054. Por causa do risco de desabamento, o Corpo de Bombeiros mantém uma equipe de plantão no local, até que seja feita a demolição das partes do prédio que continuam em pé. Já começou a retirada de entulhos do local, que pode virar uma praça em homenagem às vítimas, caso a Prefeitura e a TAM entrem num acordo.

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O trabalho dos bombeiros no prédio foi difícil. Oito dias depois do acidente, o calor desprendido de lajes e ferros retorcidos ainda dificultava as buscas. Os bombeiros tiveram de usar água praticamente todos os dias para resfriar o local. Muitas vezes tiveram de trabalhar entrando em vãos do concreto e usando com lanternas. Nos últimos três dias, foi a chuva atrapalhou o que já era complicado.

Cada objeto achado nos escombros é importante para o IML. Corpos já foram identificados pela simples presença do chip de um celular grudado a um fragmento. Restos de pertences pessoais ou adornos, como relógios, brincos e alianças, também ajudam. O calor no local do acidente, que depois da explosão do Airbus pegou fogo por pelo menos seis horas ininterruptas, chegou a 1.000 graus Celsius. É perto do calor usado nos crematórios. Corpos foram inteiramente carbonizados. Há possibilidade de alguns sequer serem identificados.

Os escombros foram palco de duas manifestações. Numa delas, representantes de várias religiões oraram pelas vítimas num ato ecumênico. Deixaram flores, mas tiveram de ficar longe dos destroços. No sábado, parentes de vítimas caminharam de mãos dadas e deitaram no chão. Depois, estenderam a bandeira do Brasil e acenderam velas.